9. Não me chame de terrorista

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Naquela noite, eu estava exausta. Por mais que eu odiasse admitir, a luta que eu travei com Bakugou havia me drenado, e meu corpo inteiro doía do treinamento.

Falando em Bakugou, eu não via ele desde a nossa luta. Será que ele tinha ido na enfermaria? Eu duvidava muito. Ele era um puto de um orgulhoso.

Chegando de volta aos dormitórios, minha barriga roncava. Por sorte, quentinhas de comida nos esperavam na mesa de jantar, junto com garrafas de suco e... Cheesecake de sobremesa?!

Ah, eu amo a UA. Quem já provou de comida de presídio, sabe porque fiquei tão grata quando vi aqueles pratos quentinhos a nossa espera.

Alguns se sentaram a mesa, outros se espalhavam pelos sofás. Eu peguei minha porção e me sentei junto das meninas, que tentavam me ensinar a como comer com os hashis, os famosos palitinhos utilizados no Japão. Eu estava com tanta fome que comeria até com a mão, mas fui paciente enquanto elas me mostravam.

Depois de um tempo, Bakugou abriu a porta com um estrondo, e todos olharam para ele. Ele tinha alguns papeis na mão.

— Kachan! Onde você estava? — perguntou Izuku.

Katsuki não respondeu. Para minha surpresa, ele veio diretamente em minha direção.

— Você tem algumas explicações para me dar. — ele disse, com ar de superioridade, então jogou as folhas que ele carregava na mesa de centro.

Nelas estavam a minha ficha criminal.

— O-onde você conseguiu isso?  — minha voz falhava. Ele gostou de ter esse controle sobre mim.

Ele apenas deu de ombros, como se não importasse.

— Isso é segredo de justiça!

— Não se você souber onde procurar.

Desgraçado. Ele tinha achado minha ficha. Provavelmente estava em anexo com meus outros documentos da solicitação de refúgio no Japão. Seria fácil achar se você olhasse nos arquivos da escola.

— O que é isso, S/N? — perguntou Mina, que estava ao meu lado.

Recolhi as folhas rápido e me levantei.

— Nada. Não é nada. — disse, e me aproximando de Bakugou, sussurei: — Podemos falar em particular?

Ele riu, e foi quando eu percebi que eu estava ferrada.

— Por que não mostra pra todos sua tatuagem? — Katsuki tinha um olhar venenoso.

Puta que pariu. Isso não estava acontecendo. Estava?

— Tatuagem? — perguntou Hagakure. Todos olhavam para nós.

— Eu percebi logo que tinha alguma coisa errada com você, garota. Mas quando eu vi essa tatuagem... — ele pegou meu pulso a força e puxou minha manga junto com as bandagens. — Eu tive certeza.

Ele levantou meu braço e mostrou para todos aquela tatuagem horrorosa.

— Me solta agora. — disse, puxando meu braço de volta com um choque. Ele nem se afetou. Apenas me soltou, rindo.

— Que másculo! É uma cobra? — Animou-se Kirishima, que não tinha entendido o clima tenso no ar.

— É. Uma cascavel, na verdade. — Explicou Bakugou, irônico.

— Mano, para com isso. Me deixa falar com você sozinho. Eu posso explicar. — Eu sussurrava. Minha voz mal saía com o estresse.

— Pode?

Sentimentos Explosivos - UA de BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora