23. Comemoração na caverna do lago - pt. 6

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Eu nunca vi tanta gente bêbada e estúpida ao mesmo tempo.

Passaram-se algumas rodadas de verdade e consequência e o caos estava instaurado naquela caverna do lago. Só sei que, depois de alguns desafios bobos e algumas verdades reveladas, aquela caverna parecia um zoológico.

Hanta Sero estava pendurado no globo de espelhos pelas suas próprias fitas como uma aranha que é pega pela própria teia após apostarem que ele não conseguiria. Momo Yaorozu fez uma pepita de ouro para cada um dos colegas com sua individualidade em um desafio e agora a todas as pessoas naquela caverna possuíam o equivalente a vinte mil ienes em peso bruto. E a Mina Ashido... Bom, ela finalmente tinha atingido um estágio de embriaguez que parecia impossível para ela. Ela foi desafiada a virar um copo de vodca. Tomara que o corpo dela metabolize isso em ácido...

Quanto as verdades reveladas, descobrimos que (para a surpresa de zero pessoas) que Mineta é virgem, que Kirishima gosta da Mina e que Tokoyami já tinha sido confundido com um pombo quando era criança.

E quando eu achava que os níveis de vergonha alheia não podiam piorar, vinham as rodadas do paraíso e os beijos aplaudidos faziam todos soltarem risadinhas eufóricas.

O beijo mais fofo foi o do Midorya com a Uraraka, mas tenho uma confissão a fazer: a garrafa não tinha parado neles, mas eu fiz todos acreditarem que sim.

Eu sei que eu não devia estar manipulando a mente dos meus colegas desse jeito, mas, fala sério! Era ÓBVIO que aqueles dois queria se beijar. Então, quando chegou na rodada do paraíso eu só dei uma ajudinha pra minha amiga. E manipular a mente dos outros é mais fácil quando ninguém está esperando por isso.

Esse jogo não era pra ser tão divertido, mas era. Bem, até que chegou minha vez. Bem na rodada do paraíso.

— Ah, não. Não, não, não. Nem vem. — eu dizia, enquanto todos olhavam para mim. — Eu não vou beijar ninguém!

— São as regras, S/N... — disse Shinsou, apenas dando de ombros e girando a garrafa pra ver quem eu teria que beijar.

— Há! Tenho dó de quem for obrigado a te beijar... — Bakugou sussurrou em meu ouvido, implicando. Os pelos da minha nuca arrepiaram em reflexo a proximidade da sua boca em meu ouvido.

— Cala a boca. — eu disse, empurrando ele.

Pensei se havia alguma maneira de me livrar daquela situação. Era tarde demais pra manipular a todos com minha individualidade... Eles já olhavam com expectativa enquanto a garrafa girava em círculos concêntricos.

"Paciência", pensei. "É só um beijo idiota em um jogo." Então, me dando por vencida, observei a garrafa girar e girar... até parar em mim novamente.

— Ah, que pena. Parece que eu não vou precisar beijar ninguém, né? — disse eu. — Parou de novo em mim...

E quando eu pensava que me obrigariam a girar a garrafa de novo ou algo do tipo, Kaminari disse:

— Bem, de onde eu tô, parece que parou no Bakugou...

— É, tá mais virada pro lado dele, olha! — Kirishima concordou.

— Que?! Vocês estão de sacanagem comigo! — Bakugou berrou, enquanto eles riam.

— É, Kachan, parece que você vai beijar a S/N... — Midorya disse. Ele estava sentado ao lado de Uraraka, com o braço ao redor dos ombros dela. Fofos.

— Não vou não! — gritou Bakugou. — Vão se fuder todos vocês!

— É, pessoal, não vai rolar. — eu disse, rindo do escândalo do Katsuki por causa de um mero selinho em um jogo besta. Não sei se me sentia ofendida ou aliviada.

Sentimentos Explosivos - UA de BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora