33. O Vestiário Masculino

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Depois de procurar um pouco pelo campus de treinamento, sinto com a minha percepção elétrica que as sinapses de Bakugou, agitadas, estão no vestiário masculino. Vou até lá e bato três vezes na porta.

— Bakugou...?

Sem resposta, apesar de ter certeza de que ele está ali. Eu estou sentindo a presença de suas sinapses. Poderia ler seus pensamentos daqui se eu me esforçasse.

— Bakugou, se você não me responder, eu vou entrar aí.

— Cacete! Vai embora. — diz aquela voz que eu já conheço tão bem.

— Eu não vou. Você tá machucado! Eu vou entrar.

Ouço ele respirar fundo. Alguns segundos depois, vem uma resposta desanimada:

— S/N, a graça de se esconder no vestiário masculino é justamente você não poder entrar aqui.

— Tem algum outro menino aí?

— ... Não.

— Por acaso você tá pelado?

Ouço ele engasgar.

— Err... Não!

— Então eu tô entrando. — eu digo, já adentrando aquele ambiente imundo.

— Ai, caralho... — ouço ele resmungar.

O vestiário masculino da UA é exatamente como o feminino, só que mais escuro. E quente. E fedido. Meu Deus, esse lugar fede a homem. O Kirishima que deve adorar, dá pra praticamente sentir a masculinidade no ar...

Pera aí, aquilo é um furinho na parede?! Filhos da puta! Eles estão bisbilhotando o vestiário das meninas?! Isso é obra do desgraçado do Mineta, com certeza. Aquele virgemzinho tem que ser internado, essa fixação com o sexo feminino deve ser doença. Preciso me lembrar de dar uma surra nele mais tarde por isso.

— Relaxa. As meninas já tamparam do outro lado. — diz Bakugou, se aproximando de mim com uma cara péssima. Ele viu para o que eu estava olhando.

— E como você sabe?! Tava bisbilhotando também?!

— Putz, até parece. Mas isso aí já tava aí desde o primeiro ano da UA... Você perdeu muita coisa chegando só no terceiro, sabia?

— É? Tipo o quê?

Ele pisca, acho que surpreso pela minha pergunta.

— Tipo... No primeiro ano, vilões barra-pesada invadiram a escola, bem no meio do nossa área de treinamento. Não tínhamos nem a licença provisória na época, e mesmo assim descemos o cacete neles. Foi uma vitória foda.

Eu apenas assinto. Pra mim, ainda é muito estranho falar de "vilões". Demorei pra caramba para aceitar o título de heroína.

— Foi... Foi uma vitória muito foda. — ele repete, com a voz firme em um tom baixo, e acho que ele diz isso mais para si mesmo do que para mim.

Não preciso ler seu pensamentos para saber o que ele estava pensando. Por baixo de toda essa máscara de superioridade, Bakugou era um tanto inseguro. Como se ele precisasse provar para si mesmo a todo tempo que ele é o melhor, apesar de duvidar disso o tempo todo.

Eu me identificava demais com ele. Eu era exatamente assim também...

— Você ia ganhar. — acabo cedendo, as palavras voando da minha boca antes que eu pudesse impedir. — Se não fosse o que aconteceu com a sua mão, você teria ganhado a luta.

— Não diga isso. Não quero sua pena, S/N.

— Não é pena, Katsuki, é a verdade! Você tava perto demais do meu botão e tinha me imobilizado! Mesmo que me soltasse, eu não ia conseguir fazer nada naquele estado.

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⏰ Última atualização: May 21, 2022 ⏰

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