20 - Consequências.

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- Pov Tom -

Ter ela bem aqui dormindo calmamente nos meus braços me fez ver o quanto eu sentia falta dela. O quanto eu sentia saudade de tudo que nós vivemos. Ela é tão linda, e eu nunca vou permitir que nada de ruim aconteça com ela.

Ela dormia como um anjo e eu fiquei curioso para saber o que ela fez nas últimas semanas, eu ainda não vi meu irmão, porque ela é a minha prioridade.

Ter entrado na cabeça dela foi uma péssima ideia. Não sei se porque ela estava mais feliz em 6 semanas com o meu irmão do que esteve comigo em anos, ou porque ele a fez se sentir bem.

Eu vi todos os momentos deles juntos, os sorrisos, as fugas, as conversas, eles dormiram juntos por 6 semanas. Ele ficava ao lado dela todas as noites, até ela dormir. Eles conversavam até altas horas da madrugada, e por vezes ela pediu para ele ficar.

Da mesma forma que ela sempre pedia pra mim. Eu fiquei muito irritado. Mas teve uma coisa que chamou a minha atenção. Sempre que eles estavam juntos era em mim que ela pensava. E eu me sinto culpado por fazê-la pensar que eu a teria abandonado. Logo depois de ter prometido que tudo mudaria. Ela me abraçou forte, e abriu os olhos.

—Ainda está aqui? —Ela perguntou com a voz de sono.

—Não consigo pensar em porque eu não estaria. —Ela piscou os olhos e sorriu pra mim.

O sorriso dela me deixa bem pra caralho.

Ela se ajeitou em cima de mim e eu a abracei fazendo carinho nas costas dela. Lua é tudo que eu preciso, é tudo que eu quero, mas eu não posso tê-la.

É arriscado demais. Ela me deixa vulnerável. E eu não posso colocar os meu planos em prática se eu estiver protegendo ela. A melhor solução é deixá-la longe, mesmo que isso vá doer nela. Mesmo que isso doa em mim.

Pessoas viriam atrás dela sem pensar duas vezes se descobrissem que ela é a razão pela qual todos aqui ainda estão vivos. A doçura e a inocência dela me fazem querer ficar só um pouco mais, adiar tudo só mais um pouco.

Por mais que me destrua partir o coração dela, é isso que eu tenho que fazer.

- Pov Lua. -

Eu acordei as 7:30. Ainda bem que aos sábados o café da manhã é servido mais tarde. Eu estava sozinha. Eu tive uns flash's de memórias da noite passada e um sorriso apareceu nos meus lábios.

Tinha um pedaço de pergaminho em cima da escrivaninha. Eu levantei com muita dificuldade e antes de pegar o pergaminho eu tomei a porcaria da poção. Eu peguei a carta, abri e comecei a ler. Foi ali que eu desejei que a terra abrisse e me engolisse.

"Eu procurei as palavras certas para tornar isso menos doloroso. Procurei o jeito certo de fazer isso ser melhor para nós dois. Não é nenhum segredo que eu não lhe faço bem. Eu a machuco e a destruo lentamente de todas as formas possíveis. E por mais que você não queira admitir, essa é a verdade. Por muito tempo eu pensei não ser possível amar alguém, eu sempre achei que isso não fosse para mim e que era impossível alguém amar um monstro como eu. Até você chegar e me mostrar que não importa o quanto alguém seja ruim, sempre terá um anjo que será capaz de amá-lo. Estar com você foi a única vez em que eu me senti feliz. Ter amado você foi a única vez em que eu me senti um ser humano, em que eu me senti vivo. Somente nos teus braços eu pude achar a paz que a minha alma conturbada sempre procurou. Com você eu me sinto com um pé no paraíso. O seu amor me deu a liberdade de escolher entre o céu e o inferno. Mas o paraíso não é pra mim, amor. O paraíso foi feito para seres celestiais como você. E eu ainda acho que ele foi feito especialmente para você. Ma belle, você é o ser mais especial e raro que o mundo já teve o prazer de conhecer. Minha dama da trevas, é com você que eu gostaria de passar a eternidade. Mas receio que isso não seja possível. Ter que te deixar me mata de mil maneiras diferentes. Espero que um dia você possa me perdoar, My Lady.

Um Pé No Paraíso - Tom Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora