27 - Cruciatus.

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"—Olá alunos, receio que já estejam a par de todos os últimos acontecimentos. Queria tranquiliza-los e dizer que vai ficar tudo bem. Mas estamos lidando com o desconhecido. Não sabemos o que esperar nem quando esperar, mas, estamos tomando as devidas providências para continuarem seguros. Por tanto, as atividades acadêmicas ficarão suspensas até segunda ordem, não andem sozinhos e nem desarmados, nada de floresta proibida e nem encontros no limite do castelo. "

A notícia de mais um aluno sendo controlado e ameaçando pessoas por aí se espalhou, fazendo Dumbledore finalmente se pronunciar. Mas eu sinto que ele sabe mais do que diz.

Depois que saímos da torre de astronomia eu não vi mais Mattheo, nem Tom, nem a psicopata da Molly. Eu sentei um pouco mais afastada dos meus amigos que estavam visivelmente preocupados com Malfoy, mas em nenhum momento vieram falar comigo sobre ele ter sido um escroto. Mas quer saber? Tanto faz.

Me retirei da mesa e fui andando até chegar na porta do salão principal.

Andei mais um pouco e vi Dylan Scott vir na minha direção mas ele parou quando me viu.

Eu continuei andando e ele se virou para sair.

—Ei, vem aqui. —Eu gritei mas ele fingiu que não escutou.

Alguns alunos começaram a aparecer dificultando a minha passagem. Eu continuei seguindo atrás de Dylan, ele estava escondendo alguma coisa e eu iria descobrir o que é.

Eu andei mais um pouco e não o encontrei mais. Mas achei algo bem melhor, Molly estava conversando com um aluno loiro da corvinal e eles pareciam bem próximos. Ela estava puxando ele mais para perto.

—O que está fazendo? —Uma pessoa cochichou no meu ouvido me fazendo tomar um susto.

—Aí que susto, Theo! —Eu disse vendo Theo rir da minha cara.

—Porque estava espiando a psicopata que tenta matar você? —Ele disse ainda rindo.

—Justamente porque ela tenta me matar que eu estou de olho nela. —Eu menti, não queria que Theo se preocupasse.

—Como você tem coragem de mentir pra única pessoa que te conhece melhor do que você mesma? —Ele disse e eu suspirei fundo, claro que não colou.

—Vem, vamos ficar longe dessa louca antes que ela veja você. —Ele disse tirando um dos casacos que ele tinha e me deu. —Veste, está frio. —Ele disse me ajudando a vestir.

Andamos até o pátio e nos sentamos no banco ao redor da fonte, de início, ficamos só vendo os pássaros cantando e alguns alunos conversando. Até que começamos a conversar.

—Lembra quando minha mãe me tirava do castigo e eu corria pra sua casa pra te mostrar as cicatrizes e você dizia que ia ficar tudo bem? —Eu perguntei e ele suspirou olhando pra mim.

—Lembro. Você chegava chorando e eu ficava desesperado e não sabia como te ajudar. —Ele disse, agora desviando o olhar para frente.

—Quando eu entrava no quarto do pânico eu sentia uma sensação que até hoje eu não sei explicar. Eu me sentia observada, mas estava completamente escuro. Era sufocante e desesperador. Eu sentia que nunca mais ia ser feliz, o coração acelerado, a falta de ar, o formigamento. E quando eu saia, o mundo estava exatamente igual. Mas eu não, uma parte de mim morria toda vez que eu entrava naquele maldito quarto. —Eu disse segurando o choro, Theo se aproximou de mim, me abraçando de lado.

—Lua, porque está me contando isso? Não precisa se torturar dessa forma. —Ele disse e deixou um beijo na minha testa.

—Eu não sei, eu só... Precisava conversar com alguém. —Eu disse escorando a cabeça nele.

Um Pé No Paraíso - Tom Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora