51 - Eu não reconheço mais você.

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- Lua on. -

Já era um pouco depois da meia noite quando voltei para o meu quarto. Quase sendo pega por Filch e madame nora e levando um pequeno esporro de Snape no corredor, mas nada que eu já não estivesse acostumada.

Quando entro na comunal um gelo percorre a minha espinha, um arrepio tomando conta do meu corpo, o ambiente ficou frio e o ar ficou pesado. Um peso me impedindo de sair do lugar.

Me forcei a sair dali, não tinha ninguém na comunal e já estava ficando com medo, mas aquela sensação estranha de que algo grande estava próximo me perseguiu até o meu quarto.

Abri a porta encontrando Ana e Sophie dormindo na minha cama. Fechei a porta em silêncio e cobri as duas, me abaixei devagar para limpar os vidros do chão, olhando as fotos rasgadas e molhadas agora.

Limpei tudo e troquei de roupa, suspirando antes de deitar na cama. Que agora graças a Ana e a Sophie estava apertada, mas era bom tê-las comigo.

Tentei pregar o olho mas não conseguia, não importa o quanto eu contasse, o sono não vinha.

Eu estava inquieta, olhando para o teto, meu coração estava acelerado e a minha mente martelava pensamentos e mais pensamentos um atrás do outro.

Tinha alguma coisa errada.

Eu estava sentindo meu sangue ferver, como se algo estivesse tomando conta de mim, como se eu não fosse eu.

Eu me mexia com cuidado para não acordar as meninas, tentando ficar confortável e tentando calar a minha mente um só segundo.

Virei para o lado vendo o relógio marcar 2:30.

Me sentei na cama encarando o relógio, olhei para as meninas no chão enquanto uma voz gritava dentro de mim o que eu tinha que fazer, eu não podia me acovardar.

De algum modo eu sabia o que tinha que fazer, para onde eu tinha que ir.

Levantei e vesti um casaco da sonserina, provavelmente era de Theo, não tinha certeza. Abri a gaveta da minha escrivaninha e peguei a minha varinha que desde que eu descobri que não preciso dela eu não a usava.

Mas a peguei agora porque eu estava tremendo de medo e não sabia o que ia encontrar.

Na verdade eu estava com medo de descobrir a verdade.

Apertei a varinha no meu peito, guardando ela no meu bolso logo em seguida.

Encarei as minhas duas amigas dormindo na minha cama, minhas irmãs.

Sophie se mexeu, mas continuou dormindo.

Sai do quarto com o coração acelerado e o meu corpo inteiro tremia.

Cada passo que eu dava mais longe do meu destino eu ficava.

Aprendi com Delilah que se eu não encaro os meus medos, eles me engolem.

E eu nunca mais vou ser engolida.

Eu não vou ser fraca.

Cheguei perto das escadas que levava até a sala da comunal, algumas luzes que costumam ficar acessas estavam apagadas.

Desço devagar, para não ser notada. Eles estão ali, eu sei que estão.

Um Pé No Paraíso - Tom Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora