53 - Por amor.

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- Tom on -

—Você vai fazer o que? Você perdeu a cabeça, porra?! —Mattheo me olhava sem acreditar no que eu tinha dito.

Avery, Berkshire e Malfoy sem reação alguma.

—Não estou pedindo sua aprovação. Eu vou me entregar para o ministério, você querendo ou não. —Eu confessei.

—Não pode fazer isso! Você nunca vai sair de lá. —Ele disse com a mão na cabeça.

—Não vou para Azkaban, tenho um plano. —Eu admiti e ele riu.

—Um plano de suicidio! —Ele socou o ar.

—Pode ficar tranquilo, não vou entregar você, ou eles, por mais que vocês mereçam. —Os outros três idiotas ainda me encaravam em silêncio.

—Isso mais me parece uma emboscada para nos foder do que para nos livrar. —Ele disse me acusando.

—Está dizendo que vou entregar vocês? —Perguntei o encarando.

—Não é como se fosse uma coisa que você não faria. —Berkshire finalmente disse alguma coisa.—Nunca achei que ela fosse convencer você. —Ele me olhava com raiva.

Como se a culpa dela não ter o escutado fosse minha.

—Ela? Você a viu? —Mattheo perguntou completamente perdido.

—Isso não é da sua conta. —Eu falei e ele riu.—E você não tem nada a ver com isso também, deveriam estar me agradecendo por não entregar vocês. —Eu disse virando de costas.

—Porque você nos entregaria? Entramos nessa por sua causa. —Berkshire rebateu.

—Não forcei você a nada, você fez tudo o que fez porque quis! —Ele virou a cara para o outro lado.

—Então tudo que fizemos foi por nada? —Avery questionou baixo.

—Ele não tinha nada a perder quando começou essa merda, agora ele tem. —Berkshire deu sua última cartada.

Eu sai do quarto deixando eles ali, não queria que me fizessem mudar de ideia.

Me dirigi até a biblioteca, ouvindo os sussurros dos poucos alunos que estavam nos corredores, eles devem achar que eu e Mattheo estamos com ele, eles sempre acharam.

Sentei em uma mesa afastado, fechei os olhos respirando fundo. Minha mente me trazendo dúvidas, se eu realmente queria fazer isso.

Mas eu não suportaria sem ela.

Encarei a pena e a tinta a minha frente, peguei um pergaminho e comecei a escrever.


"Meu nome é Tom Marvolo Riddle, filho mais velho de Voldemort e Merope Gaunt. Alguns anos atrás eu estive com ele, antes da sua queda. Como todas as crianças da minha idade eu fazia o que meu pai ordenava. Antes de seu sumiço, o que o mundo bruxou acreditou ter sido sua morte, ele designou uma série de tarefas para mim e meu irmãozinho Mattheo. Fomos manipulados. A alguns meses atrás ele me procurou dizendo que eu teria que fazer o que ele ordenou, ou ele mataria todos em hogwarts. Por isso eu venho por meio dessa carta confessar meus crimes. Eu abri a câmara secreta, sequestrei e torturei todas aquelas crianças inocentes e até as matei. Ele entrava na minha cabeça e me dizia o que fazer com elas, dizia que esse era o meu legado, que eles eram sujos e tínhamos que livrar o mundo deles. Purificar a magia de nossos ancestrais. Só agora consegui forças para me livrar dessa ligação, quero que o culpado seja punido e desejo pagar por meus crimes. Me arrependo amargamente do que fiz aquelas vítimas inocentes e peço perdão as suas famílias, mesmo que isso não vá trazer de voltar os que se foram ou apagar os traumas dos que resistiram. Devo lembrá-los que acima de um assassino, eu também fui uma vítima. Caso ele me encontre antes do ministério, deixo essa carta para as pessoas saberem o tipo de monstro que ele é, que não poupa os próprios filhos de sua tamanha crueldade. Eu e meu irmão passamos por coisas indescritíveis nas mãos daquele homem, sofremos todos os tipos de abuso que uma criança nunca deveria passar. Eu temia pela vida de meu irmão, por isso fiz o que ele mandava. Fiz por amor a única pessoa que eu tinha.

Um Pé No Paraíso - Tom Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora