46 - Tudo que estava oculto.

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—Eu não consigo! —Eu disse sentando no chão.

—Você nem tentou. —Tom disse subindo a manga da camisa social.

"Pra você é fácil falar." Eu pensei revirando os olhos e em seguida olhei com diversão para Tom, que me encarava incrédulo.

—Vamos tentar de novo. Vem, levanta. —Ele disse me oferecendo uma mão.

—Ainda estou com raiva de você. —Eu disse e ele concordou ficando na minha frente.

—Pode sentir raiva de mim quando eu não conseguir mais ouvir seus pensamentos. —Ele disse fazendo um círculo mágico ao nosso redor de novo.

"Idiota" eu pensei e sorri.

—Pare com isso. —Ele disse entrando no círculo e me encarando.

—Não precisa ser sempre insuportável. —Eu disse baixinho e ele levantou meu queixo com o dedo.

—Ainda estou ouvindo sua mente terrivelmente barulhenta e suas lembranças e sentimentos que só faltam engolir você. —Ele disse e eu revirei os olhos fazendo Tom me puxar com força pra ele. —Não faça isso.

—Eu não consigo! —Eu disse perto de sua boca.

—Esvazie sua mente, não me deixe saber o que você está pensando. Não me deixe saber o que você esta sentindo. —Tom disse me rodeando no círculo.

—Eu não consigo! —Eu repeti e ele continuou falando e falando.

E em um deslize todos os pensamentos me invadiram de uma só vez.

—Legilimens! —Tom proferiu o feitiço.

Ele viu tudo sobre Sebastian. Viu o que me impulsou a querer Sebastian, tudo o que fizemos em Veneza e que a culpa era dele.

Minha cabeça doeu e eu iria cair se Tom não tivesse me segurado. Ele me abraçou enquanto eu escorava a cabeça em seu peito.

—Seus pais ocultaram essa parte de você. —Ele disse no meu ouvido.—Descanse, amanhã tentaremos de novo.

—Não, vamos tentar de novo agora. —Eu disse e Tom olhou em meus olhos.

—Você está sobrecarregada. —Ele falou segurando meus ombros.

—Eu disse que vamos tentar de novo. —Eu ajeitei minha postura ficando frente a frente dele.

—Vou...abrir minha mente para você. —Ele confessou baixinho e eu concordei.

Esvai os pensamentos focando somente em Tom, olhando dentro dos seus olhos azuis e tentando adentrar sua mente. Usei todas as minhas forças me concentrando somente em Tom.

—Legilimens. —Eu proferi o feitiço, mas não via nada. Quando ia desistir de tentar minha mente foi para outro lugar.

Uma lembrança.

"—Levem só a mim! Não levem meu irmão! —Uma criança estava sendo levada por um homem, enquanto outra menor gritava sendo colocada em cima do ombro de outro guarda."

"—Tommy! TOMMY! —A criança mais nova gritava enquanto se afastava cada vez mais."

"—Eu vou matar vocês! Vou matar todos vocês! —Tom gritava com os guardas que o levavam."

"—Quero saber do meu irmão! Pra onde levaram meu irmão?! —Tom gritava com uma mulher que o levou para um quarto."

"—Não posso dar essa informação para você. —A mulher respondeu saindo do quarto."

"—Mattheo tem medo do escuro, ele não sabe se defender e vão acabar batendo nele. —Tom sussurrava para si mesmo."

De repente eu estava vendo outra coisa, Tom caminhava com um homem alto, que usava uma capa preta cobrindo seu rosto. Eles andavam por um orfanato, ele procurava mattheo.

Um Pé No Paraíso - Tom Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora