28 - Doce Vingança.

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É incrível o quanto a vida é irônica. Em um segundo você está nos braços do amor da sua vida e no outro você está entre a vida e a morte lutando para que a luz branca no fim do túnel seja a sua alma voltando para o seu corpo e não atravessando o véu indo para um lugar melhor. Se é que isso existe.

Eu estava sentada em um jardim, de inicio eu não reconheci. Mas logo eu lembrei que era o da minha antiga casa. Onde eu passei metade da minha infância. Tinha flores de todos os tipos. Eu amava correr ali, e mamãe ficava muito brava quando eu acidentalmente destruía uma das suas plantas. Uma criança passou correndo por mim, ela foi em direção a uma mesa onde tinham três pessoas sentadas, era um almoço em família. Eu fiquei observando de longe, até perceber que a criança era eu.

—Então, como se sente? —Um homem alto se colocou do meu lado.

Ele era branco, talvez tivesse cabelos pretos, eu não conseguia vê-lo bem. O seu rosto estava embaçado, eu podia apenas ouvir a sua voz.

—Eu.. estou morta? —Eu perguntei e ele sorriu.

—Eu pareço estar morto pra você? —Ele me perguntou e eu o encarei.

—Eu não sei, eu nem te conheço. Isso tudo é muito confuso. —Eu disse e ele sorriu.

—Não era essa a vida que você queria? Família perfeita que realmente ama você? Eu tenho que dizer, lamento por tudo que você passou. Eu gostaria que as coisas tivessem sido... Diferentes. —O homem falou me deixando mais confusa ainda. —Vejo que está usando o colar. —Ele disse apontando para o colar azul que eu ganhei dias antes do meu aniversário.

—Do que está falando? Você nem me conhece. Eu não tiro ele, foi meu pai que me deu. —Eu disse e ele abaixou a cabeça dando um sorriso de lado.

—Conheço você mais do que pensa e se eu pudesse te dar um conselho, diria pra ficar longe do garoto pálido, como deveria ter feito desde o começo. —Ele falou quando pegou na minha mão e viu o anel que o Tom me deu.

—Está me deixando confusa, quem é você? —Eu perguntei e quanto mais eu me aproximava menos eu conseguia ver ele.

—Eu entendo, tudo isso deve ser muito difícil. Mas tudo será esclarecido. Você só precisa se lembrar. —Ele disse e uma luz branca começou a se aproximar e uma mulher chegou perto de nós.

—Ela precisa ir! Se não será tarde de mais. Vamos querida, acorde. —Ela disse pegando no meu ombro.

—O que?! Eu não posso ir, não agora. —Eu disse e eles iam se afastando conforme a luz se aproximava.

—Você precisa lembrar! Se esforce e lembrará, e fique longe do garoto. —A mulher disse dessa vez.

—Eu não quero ir, me deixa ficar aqui. —Eu falei andando até ele e a luz estava cada vez mais perto.

—Vamos querida, acorde. —Ele disse pegando no meu ombro.

—Você precisa acordar, vamos Lua, acorde! —A minha versão criança dizia.

—ACORDE! —Eles disseram se afastado, foi quando a luz veio rápido até mim, me jogando longe.

Eu abri os olhos lentamente e uma sensação de nostalgia tomou conta de mim. Eu sentia cheiro de fumaça que sai do caldeirão quando alguma poção está sendo feita, eu vi o teto cheio de teia de aranha, eu estava na enfermaria.

O meu corpo todo doía e a minha cabeça estava enfaixada e muito dolorida. Eu olhei para o lado e Theo dormia na cadeira segurando a minha mão, Ana e Pansy estavam olhando a prateleira de suplementos e Blaise e Adrian entraram vindo até mim. Um sorriso surgiu no rosto dos dois quando me viram acordada.

Um Pé No Paraíso - Tom Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora