Capítulo 57

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- Como? Quer dizer, o que diabos eles estão fazendo no seu guarda-roupa? - Minha voz saí nervosa, mas não me culpo por isso.

- Preferia que eu os deixasse de banquete na mesa do refeitório? - Só a presença de Tom me estressa ainda mais.

- Não é hora para sarcasmo, Riddle. - Isso era para ser impossível, quer dizer, o que diabos eles estão fazendo aqui e agora? Cedrico e Pansy com os punhos amarrados, as costas coladas e as cabeças para o lado, desacordados. Eu queria vê-los sim, mas apenas quando voltasse para meu tempo. Isso só me traz dúvidas e problemas com os quais não tenho disposição para lidar.

- Bom, era você quem eles estavam procurando. Quem tem que saber de algo aqui não sou eu, mas você vai falar tudo se não quiser que Dumbledore saiba e seja expulsa logo em seguida.

Cerro os olhos e me viro de frente para Riddle. Ele se acha inteligente para me ameaçar agora, mas não sabe de absolutamente nada sobre mim. Nada. Eu sei de toda sua vida e posso condená-lo tão rápido quanto matá-lo.

- Acha que vai tirar alguma vantagem da situação? - Me aproximo, a fim de amedrontá-lo. - Eu não encostei nem um único dedo neles, você tinha planos de matá-los e agora eles estão aqui, amarrados e desacordados no seu armário. - Ele cerra o punho para conter a irritação, mas é impossível não notar. - E isso tudo contra as ordens do diretor. 

- Pare de falar como se fosse uma sabe tudo aqui. - Tom dá mais um passo para perto, o ar de raiva vem se aproximando até mim, e poucos centímetros nos separam. Com a ausência da distância, tudo o que vem na minha mente é como seria delicioso enfiar uma faca em sua garganta agora, ou simplesmente lançar um feitiço mortal. 

- A questão aqui é que eu não pretendo trabalhar nessa escola, mas você sim, não é? - Ele aperta a mandíbula, provavelmente não querendo que eu perceba sua surpresa. Afinal, como eu saberia isso? Deve estar puto e em dúvida, coisas um pouco perigosas levando em consideração que estamos sozinhos, a não ser por dois desacordados, em seu quarto. 

- Eu poderia facilmente te matar aqui e agora, ninguém escutaria, ninguém nem sentiria sua falta. - Ele leva uma de suas mãos até meu pescoço e agarra minha garganta de forma rude, poderia até me enforcar se usasse a outra também.

- E então teria mais um corpo com o qual lidar. Me diga, como é a sensação de ter desconhecidos no seu armário? Quer que eu faça companhia a eles, é isso? 

- Quero que morra e apodreça em qualquer lugar longe de mim. - Quase sinto seu cuspe em mim com a intensidade que ele movimenta a boca. 

- E onde esconderia meu corpo? - Por algum motivo gosto como as palavras saem da minha boca, gosto de levá-lo ao limite e ver como perder as rédeas fácil. Mas tudo tem um motivo. Espero ele ficar o mais distraído possível para colocar minha varinha em sua garganta, mas no momento sua mão que aperta meu pescoço me impede de qualquer movimento brusco.

- No lago talvez, você ficaria irreconhecível com o passar do tempo e acabaria no intestino de algum animal. - Tom deixa um sorriso escapar na curva dos lábios e, por menor que seja, mostra que ele também se delicia com isso.

- Namorados costumam nadar por lá. Em uma de suas aventuras sexuais, ou apenas românticas, me encontrariam. Ah vamos Riddle, pense melhor. O lago não é mais uma opção.

- Debaixo da terra, os animais de subsolo corroendo sua carne e você afundando mais e mais na terra até nunca ser encontrada. - Ele relaxa levemente o aperto na minha garganta, mas ainda não é o suficiente.

- Como pode ser tão burro assim? Os animais de Hagrid logo sentiriam o cheiro de uma cadáver e me achariam. Você é péssimo nisso, não é? Vai ter que pensar um pouco melhor até lá, mesmo que nós dois saibamos que o único cadáver aqui será você.

An angle in hell // Um anjo no infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora