Capítulo 49

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A mão gelada de algum dos capangas de Voldemort segura meus braços, juntando meus punhos nas minhas costas e me impossibilitando de revidar qualquer ataque. Pedro era seu nome, parecia um ratinho nojento.

Foi burrice de Harry não colocar algum encantamento de camuflagem, mas estávamos tão cansados da caminhada que até entendo. Não, não posso entender. Ele estava liderando, devia ter pensado em tudo, principalmente porque um grupo de assassinos estava atrás de nós; e agora nos encontrou.

Tudo aconteceu muito rápido depois que a mão do lorde tampou minha boca. Seus homens, vários comensais, foram até Harry, enquanto outros vasculhavam a cabana onde Ron e Hermione estavam.

Agora, eu estava agarrada pelo seguidor "fiel" de Voldemort, Pedro, de tentes podres e sorriso que me dá ódio. Harry acordou com o barulho, mas foi agarrado também. Logo em seguida Hermione e Ron foram trazidos para fora da cabana, um Comensal da Morte de cada lago segurando-lhes os punhos.

Voldemort- Foi mais fácil do que eu pensava. - Murmura, baixo, mas firme. Os comensais riem alto e jogam o trio de ouro para perto de mim, fazendo o Weasley cambalear e quase cair.

Pedro- Quem vamos matar primeiro? - Seu bafo de peixe morto se espalha pela lateral do meu pescoço e me remexo, tentando sair do aperto de suas mãos. Ele aperta mais e chuta as costas dos meus joelhos, me fazendo cair no chão ajoelhada. Uma fraqueza misturada com ódio toma meu corpo.

Voldemort- Acho que o casal poderia fazer a honra. - Ele encara Ron e Hermione, já os tinha visto antes. - Escaparam antes, mas não tem mais escapatória. - Seu tom de voz agudo e desafinado me dá arrepios. Céus, se eu pudesse dava minha vida para matar aquele homem, se é que ele ainda pode ser considerado como alguém vivo.

Pedro- Essa aqui pode ser a próxima... - Sinto seus olhos me fitando de cima, mas estou ajoelhada de costas para ele e não me dou ao trabalho de encará-lo de volta. Não, meus olhos estão fixos em Voldemort, brilhando de ódio.

Voldemort- Ou talvez - Ele vai até Harry, que se remexe o tempo todo para se soltar de um dos comensais. - Você me irritou por muito tempo, sabia? - A ponta de sua varinha roça contra o pescoço de Harry, mas ele continua de queixo erguido, sem mostrar medo algum. - Olhando assim, parece que vou matar seu pai pela segunda vez...

Harry- Não use sua boca podre para falar do meu pai - A voz de Harry ecoa por entre as árvores, firme e rouca.

Voldemort empurra mais ainda a varinha contra seu pescoço, quase chegando a furá-la. Chego a pensar no sangue de Harry escorrendo pelo pescoço, na força que faria para aguentar os gemidos de dor e não se dar por vencido.

Celina- Chega - Grito, usando uma voz firme que já não consigo usar faz muito tempo. Todos os olhares recaem sobre mim; todos esperando que eu fale algo idiota, algum discurso heroico que será piada entre esses assassinos nojentos. - Sou eu quem você quer, não é? Foi por mim que cruzou essa floresta. Deixe de ser covarde ao menos uma vez e cumpra seu objetivo, nada além disso.

Um momento de silêncio toma conta do acampamento desajeitado feito às pressas, mas cheio de pessoas que vão assistir à minha morte. Talvez mais que isso.

Voldemort- Aplausos! É isso que você quer? Uma plateia para seu showzinho? - Luto para não demonstrar meu olhar confuso e desentendimento, mas é praticamente impossível. - Vamos, todos aplaudam Celina White, a heroína. - Os Comensais batem palmas e risadas ecoam pelo lugar. Minha barriga embrulha um pouco, não pela humilhação, mas pela adrenalina que percorre meu sangue.

Pedro- Acho que nossa heroína é burra demais para entender isso, meu lorde. - Se pudesse, enfiaria uma varinha de prata no coração desse imprestável apenas para me divertir, mas não estou nem perto de poder fazer isso. Não agora.

An angle in hell // Um anjo no infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora