Capítulo 39

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Pansy- Não acredito que vocês foram para Londres!- disse enquanto eu me trocava com pressa, vestindo o uniforme. O trem de volta chegaria um pouco em cima da hora e eu sabia disso, mas precisava voltar o quanto antes.

Celina- Dá pra me ajudar? Pega os sapatos, estão ali.- apontei para o canto da porta e ele foi pegar.- "União"- ri.- essa foi boa. Sabe de uma coisa? A primeira coisa que vou fazer quando fugir pra valer vai ser colocar fogo naquela mansão.

Pansy- Me chame para ver, eu imploro. Até pago para assistir se for o caso.- brincou, me entregando os sapatos negros e polidos.- Mas pelo menos está aqui agora e não tem que fingir seriedade ou forçar um sorriso.

Celina- Isso porque saí quase correndo de lá.- resmunguei calçando o primeiro par.- Assim que o sol amanheceu mandei Draco fazer as malas e chamar um carro para mim.- por fim deslizei o outro sapato e me levantei batendo na saia para desamassar a roupa.

Pansy- Ainda não acredito que ele ficou por lá.- pegou meus livros e esperou que eu acabasse de ajeitar o uniforme para me entregar.- Mas chegou a se despedir dos Malfoy?

Celina- Até pensei em me despedir, mas acho que a carta que deixei foi mais que suficiente.- peguei os livros e passei pela porta do dormitório com os passos rápidos.

De fato, a noite com Draco me deu paz. De alguma forma ele conseguia fazer isso. Acalmar minha alma. Me acalmar.

Ao pensar nele, um sorriso bobo escapou de meus lábios e mordi a boca. Ele simplesmente tinha dado vida à minha alma. Fugir com ele não seria ruim, pensei. 

Quando amanheceu na Mansão Malfoy, os poucos raios de luz que passavam pela janela me acordaram e percebi que era uma ótima deixa para partir. Acordei Draco com alguns beijos e caricias.

"Me deixe dormir mais um pouco" ele disse quando tentei acordá-lo. Em seguida ri e subi em cima dele, fazendo minhas pernas ficarem cada uma de um lado de sua cintura. Ele logo riu com aquela voz rouca e se remexeu um pouco.

"Acorde, preciso pedir algo" sussurrei deixando alguns beijos em seu pescoço. Ele abriu um pouco mais os olhos e se lembrou da noite passada, tanto no baile, quanto no meu quarto.

"Vou ganhar algo em troca?" perguntou colocando as mãos em minha cintura. Tirei os lábios de sua pele e ri um pouco.

"Vai ganhar meu sorriso, nada mais" falei em seguida. Ele resmungou algo indecifrável e desmontei dele, abotoando minha roupa que ele fez questão de tirar na noite anterior.

Pedi a ele que chamasse um carro para me deixar na estação o mais rápido possível e não demorou muito para que ele o fizesse.

Draco saiu na pontas dos pés de meu quarto. Se fosse visto deixando meu quarto para trás com a roupa toda amassada entraríamos em problemas, apesar de eu não me importar.

Antes de sair, escrevi uma breve carta de despedida e deixei em cima da cama que arrumei com cautela. Minha elegância servia mais que qualquer conforto, pensei. Mas, na carta, deixei claro que estava grata pela união que anunciaram no baile e, como sei que Narcisa pode ser de tudo, menos burra, ela ia entender muito bem a ironia em minhas palavras.

Pansy- Mas e então? Acha que vai virar noiva dele em alguns meses?- perguntou apressando o passo para me acompanhar.

Celina- Ele sabe que não quero me casar, então não.- entramos na sala para a aula de transfiguração e procurei uma carteira aleatória para sentar.- Mas e você? está com Zabini ou ainda ficam nesse jogo de provocações?

Pansy- Você é chata assim ou só quando está longe de Draco?- joguei um livro nela rindo e ela se sentou ao meu lado contendo um sorriso largo.- Até que vocês formam um casal fofo. E poderoso.

An angle in hell // Um anjo no infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora