Capítulo 31

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Narrador(a):

O que você faria por alguém? Até onde você iria por alguém? Depende.

E se você não soubesse quem é esse alguém? Você simplesmente tem que... responder. Pode ser seu inimigo mais cruel à sua mãe.

Seria capaz de dar a vida por alguém que tem um espaço de ódio no seu coração? Não, claro que não. Mas e se fosse sua mãe? Seu amado? Deixaria que morressem e cuspiria em seus rostos?

Celina sim, seria capaz de cuspir até mesmo na cara dos pais. Mas não, não o faria pelo simples fato de não se importar o suficiente.

Celina:

Era de certa forma interessante ver Snape tirando e tirando pontos da Grifinória e, em qualquer oportunidade, os adicionando na Sonserina.

Mas, por mais interessante que isso fosse, não bastava para me distrair o suficiente de meus pensamentos.

Harry já havia partido fazia mais de três dias, mas não era quanto a ele que eu estava preocupada, afinal ele era Harry Potter. Apesar de eu às vezes duvidar de alguns boatos sobre ele, como o de ele ter misteriosamente sido escolhido para o Calic de Fogo. Não me importava se tinha sido ele, um amigo ou inimigo que tinha colocado seu nome lá, mas estava óbvio que alguém o tinha feito.

O que me trouxe transtorno foi uma carta que recebi no dia anterior a esse. Não é muito difícil advinhar de quem era, não tenho conversas frequentes com ninguém e nem me preocupava em ter.

Na carta, escrita por minha mãe, era enunciado que eu deviria estar ciente de uma viagem. Viajaria de novo, mas não agora, algum tempo depois. Não ficou explícito o dia em que eu o faria,  o que me deu nos nervos.

Sim, eu sabia exatamente o motivo da viagem. Prestes a completar 16 anos, seria tatuada com aquela marca negra em formato de serpente e caveira. Nunca me preocupei muito com isso, era algo que eu tinha certeza que não me incomodaria até que vi o medo e angústia disfarçados no olhar de Draco na mansão de Voldemort.

Não, não tenho medo de chamá-lo pelo nome. Não era exatamente seu nome, mas se ia acabar invocando o "mestre das trevas" não era demasiado ruim para pertubar meus pensamentos.

Se ele aparecesse, o que não faria, iria procurar pelo Potter, não por mim. Não tenho nada a oferecer para alguém como ele, a não ser a lealdade de minha família.

Mas, acharia uma maneira de não ser tocada por ele. Não quero que nem uma mínima faísca saía de sua varinha, a mesma que matou centenas de pessoas, e me marque como se fosse seu gado.

Eu estava mais que ciente do "acidente" com Emily, mas não chegava aos pés do que ele já fez. E, sinceramente, não me importava com isso, que mate quem quiser desde que não me inclua nisso. Mas, devo admitir, que hesitei um pouco quando perve que estava no mesmo cômodo que ele no dia em que viajei com Draco.

Estava em uma aula de feitiços, com aquele minúsculo professor, quando um pensamento me veio a cabeça. E se, meu comportamento tão "exemplar", se tornasse ruim ao ponto de eu receber detenção ou o que quer que eles queiram chamar.

Bastava a escola me obrigar a ficar ocupada no dia da viagem. O único problema é que a data não foi dita nem na carta, nem nas entrelinhas.

Flitwick- Poderia me mostrar o movimento certo da varinha, senhorita White?- perguntou com aquela voz fina, me tirando de meus pensamentos enquanto eu balançava a cabeça e abria um pouco melhor os olhos para acordar.

Celina- Desculpe, mas....- parei antes de prosseguir. Não conseguiria detenção se me passasse pela delicada e gentil garota.- Por que eu?- ele deixou um sorriso fraco se desmanchar no rosto e senti os olhos de todos naquela sala entre mim e o professor.

An angle in hell // Um anjo no infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora