Capítulo 58

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A sala de Riddle é organizada até. 

Entrei aqui não faz mais de dois minutos e tudo parece estar no lugar, apesar de ele ser um psicopata ou algo do tipo. O primeiro lugar que fui em cima quando cheguei nessa saleta que ele chama de escritório foram as horcruxs, mas não achei nada, ainda.

O fato de ele estar com dois conhecidos meus, mais que conhecidos na verdade, me causa um certo desespero. Não perco tempo tentando assimilar tudo o que aconteceu nesses poucos minutos em seu quarto. Foi tudo rápido demais.

Matar Blaise? Que diabos, não pretendo matar ninguém além do futuro genocida que é dono dessa sala. E como assim, quer dizer, como eles chegaram até aqui? Não faz o menor sentido. Teoricamente só eu tinha esse poder, mas pelo que vi as coisas não são exatamente como eu pensava.

Vou para perto da mesa que fica no centro da entrada da sala e puxo as gavetas com tanta força e velocidade que as coisas que estão dentro quase saltam para fora. 

Reviro tudo o que está em cima da mesa, lendo os papéis mais rápido do que meus olhos conseguem e dedilhando todo tipo de objeto - em sua maioria canetas de pena e frascos de tinta preta - que não me ajudam em absolutamente nada.

Ao puxar uma das gavetas da lateral da mesa e puxar algumas folhas para revisar seu conteúdo, percebo que tem mais a ver comigo do que com o próprio Riddle. Pelo menos é isso que eu suponho, já que vejo meu nome e sobrenome falso com demais informações e riscos em todos os papéis.

Sua letra é bonita até, tenho que admitir. Mas os rabiscos no papel me assustam pra caralho. Vou puxando as folhas e então vejo uma que considero a mais estranha de todas. No centro dela está meu nome, apenas Celina, e várias linhas são puxadas a partir dela. E quando digo várias, quero dizer mais de vinte.

Anotações por todo lado, as palavras mal cabendo e se apertando na folha. Puta merda. Se eu me achava inteligente, é porque não havia visto a capacidade que esse cara tem de ir além.

Ver meu nome, minha idade, o número do meu dormitório, a data de quando cheguei em Hogwarts, as pessoas que andavam comigo como "amigos" e minha personalidade no papel foi bem... esquisito. Mas o que realmente me assustou foi ver meus horários. Sim, horários. Lá tinha a hora em que eu ia para o dormitório da Corvinal todos os dias que estive aqui, quando fui comer, quando deixei de comer, quando fui às aulas e quando deixei de ir (nas que eu não fui sempre tinha algum tipo de anotação do tipo "falando com a corvina" ou "acordou tarde").

Escutei um farfalhar perto da estante de livros e quase desmorono ali mesmo. Esse cara sabe mais do que eu gostaria de mim. E se eu não me cuidar e acabar logo com essa merda de missão, ele vai saber mais do que deveria.

Largo os papéis, deixando todos no mesmo lugar em que encontrei para não correr o risco de Riddle saber que mexi em suas coisas, ainda mais em um momento crítico desses. Vou até a estante de livros, é possível ver uma certa poeira em cima de algumas capas e páginas.

Tudo o que vejo tem a ver com estudo. Em sua maioria as capas dizem "história da magia" ou "poções e suas origens", mas quando abro para folhear vejo que a capa é falsa e se trata de livros de magia das trevas. Como se isso já não bastasse, também há anotações por quase todas as páginas.

Quando vou devolver o livro que tenho nas mãos para a estante, vejo que tem outro livro escondido logo atrás de todos os outros, longe da vista de qualquer um que entrasse ali. 

Estendo a mão para pegar, mas logo penso melhor. Tom não é burro, está longe de ser. Sem dúvidas há algum tipo de alarme ou maldição guardando o... não dá para ler o que está escrito na capa. Me aproximo um pouco mais e mudo o ângulo do olhar. 

An angle in hell // Um anjo no infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora