P.O.V Josh
Chegamos na localização exata do lacinho. Era um pavilhão grande e parecia bem cuidado, esperamos que mais alguns carros da polícia chegassem e fomos para perto do lugar. As luzes pareciam estar acessas, o que nos fez pensar que estava alguém lá dentro.
- Entramos?- Bailey perguntou esperando ordens de Nour.
- Teremos que surpreender quem quer que esteja aí dentro. São muitas vidas em jogo. Onde será que as meninas ficam? - Nour olhou em volta do pavilhão para ver se via algo de diferente. Mas parecia apenas um grande salão de festa no interior, nada de diferente.
- Entraremos pela porta, Bailey- o chamei e o mesmo assentiu trazendo o material para arrombar a porta.
- Um, dois....- um grande estrondo tomou conta do local e no meio da poeira, avistamos uma jovem assustada.
Aquele era o lacinho do cenourinha. Onde estava a minha princesa? Porque aquela jovem tinha o lacinho dela? O que ela fez á minha bebê?
- POLÍCIA. COLOQUE AS MÃOS PARA CIMA- a jovem demorou alguns momentos até obdecer, mas não parecia querer relutar. Na verdade, parecia aliviada e assustada com toda esta situação.
- Onde encontrou isso?- apontei para o lacinho que estava na sua mão.
- Pediram-me que o viesse buscar- respondeu simples.
- Quem?
- Uma nova amiga, apenas achei que o deveria fazer- respondeu dando um passo para trás. Sabia que ela não iria fugir, não tinha como o fazer, lá fora estavam 12 viaturas, cada uma com dois policias dentro.
- Qual é a sua idade?- perguntei para dar tempo de Bailey se aproximar dela.
- 18 anos senhor- ela respondeu dando mais um passo para trás. Apenas um pequeno, mal se afastou.
- Não acha que está muito nova para estar neste mundo?- referi-me á máfia. Ela com certeza tinha algo a ver com isso. Conseguia ler nos seus olhos.
- Não tive escolha- ela respondeu sem demonstrar emoção.
- Tem alguém conhecido na máfia?- insisti.
- Infelizmente, apenas uma pessoa- respondeu com um olhar triste. Nesta altura a jovem moça já estava algemada ao lado de Bailey.
- Tinha mais alguém?
- A minha mãe, mas não tenho mais. Só me resta a minha pequena irmã- Falou sem energia para mais perguntas. Decidi ir direto ao ponto, o meu coração não acalmaria até ter a minha pequena nos meus braços.
- Quem lhe pediu para vir buscar este lacinho?- perguntei novamente.
- A baby Ny- ela respondeu simples e suspirou- era a única coisa que podia fazer por ela, mais nada- o jovem respondeu.
- Onde ela está?- Nour perguntou com uma arma apontada para a cabeça da jovem. Pedi que ela baixa-se, creio que não seria necessário, visto que a jovem respondeu a tudo sem exitar e não mostrou qualquer agressividade ou relutância.
- Neste momento não lhe sei dizer, quando eu saí da cede, a baby Ny estava com o seu comprador. Vim o mais rápido possível para realizar o seu desejo, mas muito provavelmente não chegaria a tempo de lho dar. Pelo menos sei que tentei- sorriu tristemente.
- Leve-nos até á cede- ordenei.
- Não posso fazer isso, se o fizer, irão me matar a mim, à minha irmã e a vocês- ela respondeu com um suspiro pesado. Nos seus olhos pude notar, cansaço e desânimo, parecia que mais nada tinha sentido na sua vida.
- Não permitiremos isso, ficarás sobre a nossa guarda. Apenas tens que nos indicar o lugar, aliviaremos a tua pena consoante a ajuda oferecida- afirmei.
- Apenas tenham cuidado, não façam nada que possa por em perigo a vida das meninas- a jovem desistiu de contrapor e caminhou em passos lentos até á carrinha, junto com Bailey.
[.....]
- Então o seu nome é Savannah Clarke?- Nour perguntou enquanto estavamos no carro para apontar as informações. Savannah já tinha nos dito a localização do galpão onde estavam as meninas e agora estavamos apenas á espera de chegar até lá.
- Sim- respondeu simples. Apesar de não a conhecer, o som triste das suas palavras era difícil de ignorar.
- Desde quando está envolvida nesta máfia?- Bailey perguntou.
- Não tive escolha, nasci lá- respondeu ao fechar os olhos calmamente.
- E a sua irmã?- perguntei.
- Também. Nakita nasceu na cede, fruto de um romance proibido, tal como eu- respondeu sem ânimo- esses foram os unicos anos de felicidade da minha mãe, até que tudo acabou quando o meu pai foi assassinado pela máfia rival- concluiu com pesar na voz.
- E a sua mãe?- Bailey perguntou.
- Era uma pessoa incrível. Envolveu-se com a máfia sem saber, apaixonou-se pelo meu pai loucamente, mas sempre fez tudo por nós, tal como o meu pai. Morreu á dois anos atrás, vítima de um atropelamento mortal. Eu fui a culpada- Savannah virou a cara para encarar a estrada pela janela.
- O que fazes na máfia?- Nour perguntou.
- Eu nasci lá, não tive escolha, já falei. Quem entra na máfia, só saí morto- afirmou- a minha mãe era empregada de limpeza, eu a ajudava, a minha irmã ainda era um bebê, então nunca foi conosco. Depois que ela faleceu, passei a trabalhar mais junto das meninas. Cuido delas como posso, tento ao máximo tornar os seus dias menos infernais. A minha própria irmã não olha na minha cara, pensa que não me importo com ela, acha que eu estou com eles, com os Evans, mas não, eu não estou. Não consegui evitar que a levassem para o orfanato, e depois que soube que ela tinha voltado, tenho tentado me aproximar - falou com serenidade- apenas tento ao máximo sobreviver naquele meio...
- Eu sinto muito Savannah- Sabina que vinha no banco de trás falou emotiva. Acho que já não tinha mais lágrimas para chorar, mas eu compreendo-a, também estou a conte-las.
- A baby Luninha é muito parecida contigo- Savannah sorriu docemente. Notava-se o carinho que tinha pelas meninas- Nos primeiros tempos, sempre que eu a ajudava com a roupa para as fotos, ela falava de ti. Sempre dizia que a sua heroína a viria salvar. Ainda hoje acredita nisso, mas as esperanças esgotam-se - sav voltou a fechar a cara numa expressão triste de solidão.
- Conheces a Soso?- Joalin aproveitou para perguntar.
- Sim, sempre muito atenciosa com todos. Apesar do lugar onde está sujeita, nunca deixou de sorrir. Todas as manhãs comprimenta-me com um "bom dia" e se eu não responder, abraça-me até que me sinta melhor. Sinto que deveria ser eu a fazer isso, mas Soso é uma das únicas coisas que ainda me dá forças de continuar- Savannah voltou a calar-se e o resto da viagem foi em silêncio.
[......]
- É melhor ficarem aqui, eu vou entrar e perguntar pela baby Any, se vos virem aqui, são capazes de fazer algo com as pequenas- Savannah afirmou e nós concordamos.
- Saiba que se fugir, temos todos os dados e enviaremos um mandado de busca á sua procura- Alex avisou antes de a soltar e savannah assentiu sem importância.
Vi a jovem se afastar de nós em passos lentos e depois entrar por um portão pesado e barulhento. Com certeza iriam detetar a nossa presença rapidamente se tivessemos ido. Tinha câmeras em toda a volta viradas para aquela entrada.
Até amanhã meus geladinhos de smartis!
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Dois Anos De Azar / Beauany ( Now United )
Fiksi PenggemarAny, uma pequena menina infantilista, foi abandonada com apenas nove anos pelos pais e levada para um orfanato. Nesse lugar, nunca recebeu o carinho e cuidado que necessitava, e quando completou os seus 18 aninhos, finalmente conseguiu se livrar daq...