CAPÍTULO XII

93 41 75
                                    


Golpe de estado

Dois anos atrás...

Quando Belinda Henri tinha quatorze anos,  se virá obrigada a acompanhar seu pai as idas a cidade de newmarket junto a seus outros amigos condes e viscondes. Porém o que deixará Belinda desconfortável era o fato de que seria a única mulher presente fora suas acompanhantes.

- Poderia me deixar de fora ao menos nessa temporada?

- De maneira alguma Belinda, todos levam seus filhos primogênitos para caçar e andar a cavalo. 

- Eu não sou permitida a fazer nenhuma dessas coisas.

- Ainda sim, irá me acompanhar.

Belinda bufou em desgosto, não via a hora de debutar para finalmente não ser obrigada a participar de eventos masculinos bobos.

Ao chegar no local fez o que sempre fazia, procurou um canto arejado para se sentar, longe do rinchar dos cavalos e do calor do sol, e dedicou- se a ler um livro.

Parou sua leitura ao ser surpreendida por um liquido estranho derramar sobre seu vestido rosa, grunhiu irritada, virando o rosto para decapitar o descuidado. 

- Perdão madame!_ Disse um jovem branco de olhos claros, também era alto e parecia assustado pois suas bochechas estavam levemente coradas, pelas vestes deveria ser o garçom.

- Devia ser mais atento se queres ser um bom funcionário._ Respondeu rude. 

- Eu sinto muito!_ Alegou sem jeito.

Prestou se a tirar um pano de seu bolso, o levando em direção a mancha, mas foi interrompido ao sentir um tapa em sua mão. 

- Não se deve tocar numa moça puritana, acaso é desprovido de educação?

- Perdão novamente._ Desta vez ele pareceu levemente irritado.

Entregou o pano a Belinda e ela cuidou do vestido. Em seguida devolveu o pano ao rapaz que de imediato desapareceu.

Ao anoitecer o pai de Belinda informou que jantariam na casa de um coronel, Belinda foi surpreendida ao ser apresentada ao filho do mesmo, pois seu rosto era conhecido

o tal garçom do clube

O jovem agora bem vestido, parecia até mais velho e elegante, tomou a mão de Belinda para um beijo. Belinda sentiu- se envergonhada da forma que o tratou mais cedo, e esperou que o jantar acabasse para ir fala com o rapaz, que agora ela conhecerá como Francis.

- Me portei mal com o senhor mais cedo, perdão. 

- Tudo bem, fui mesmo desatento._ Francis abriu um enorme sorriso. 

- Mas você estava vestido como um garçom...

- Eu sou um. _ Ele a interrompeu. 

Belinda sorriu, agora levemente corada.

 Achou inapropriado perguntar o motivo, mas não entedia porque um filho de coronel necessitava daquele tipo de trabalho.

Após um momento de silêncio constrangedor, Francis a convidou para dançar uma valsa, Belinda assentiu mesmo não sabendo dançar.
Pisou inúmeras vezes no pé de Francis, enquanto ele tentava ensina-la, sem demonstrar a dor terrível que sentia com o salto da botinha da moça  cavoucar seus dedos do pé.

- A credito que tenha perfurado todo seu pé!_ Disse Belinda tímida ao fim da música.

- Ao final, pelo menos aprendeu algo.

Herdeiro vendido ( Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora