Capítulo 8 - Meu amor, Minha febre

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Só conseguiram ficar naquele lugar por mais alguns minutos depois que a chuva começou.

A verdade é que não queriam voltar e sim aproveitar mais daquele momento tão demorado e esperado que foi a confissão do que sentiam. Queriam aproveitar mais dos beijos regados de amor, carinho e doçura mesmo que o tempo tivesse fechado e a noite esfriado.

— Não podemos ser pegas. — dissera Annie antes de selar outra vez os seus lábios com os de Mikasa por uns segundos. — E estamos ficando ensopadas por causa dessa chuva.

— Concordo. — com a ajuda da loira, Mikasa se levantou da grama que ficara com o solo úmido graças as gordas gotas de água que caiam aos milhares do céu, o cheiro de terra molhada invadia suas narinas tal como o ar puro presente naquele lugar. — Mas...eu queria ficar te beijando mais.

Annie sorriu de canto e colocou seu indicador esquerdo sobre a boca da Ackerman sentindo com o tato a maciez dos lábios rosados e um pouco inchados graças aos beijos de minutos atrás em que ela os sentia com a sua boca.

— Eu vou te beijar amanhã, e depois de amanhã e todos os dias em que eu estiver com você. — as orbes azuladas como o céu da manhã fitaram o rosto de Mikasa.

Era incomum que até mesmo molhada alguém pudesse ser tão bela, os cabelos negros grudavam em sua pele tanto na nuca quanto na face e os pingos de chuva realizavam uma corrida pelo rosto bem desenhado e a roupa das duas já se encontrava colada em seus corpos de tão encharcadas.

Mikasa sorriu timidamente com a fala da Leonhardt, ela queria e ansiava pelos dias cheios de beijos com sua amada e de ficar abraçada com ela ou até mesmo só tendo ela ao seu lado. Annie era como uma rainha cuja qual ela se tornara serva de seu amor tal qual o seu coração que já estava completamente ajoelhado só pela existência de tal garota.

Com as mãos entrelaçadas e sorrindo mais uma vez uma para a outra, Annie e Mikasa correram para sair daquela floresta e consequentemente ir para longe daquele pedacinho de chão e de mundo que parecia um paraíso e se tornou o santuário da paixão das duas enquanto estiveram lá.

A parte mais difícil no retorno para o dormitório foi terem que dar um jeito de passarem sorrateiras pelos sentinelas noturnos que portavam lanternas a óleo acesas e vigiavam todo o terreno para justamente nenhum cadete sair de seu quarto e desobedecer o toque de recolher. Elas andavam a passos lentos e calmos para não produzirem barulhos que chamassem a atenção e se escondiam por entre as paredes externas das cabanas. Era como estarem enfrentando um campo minado que a qualquer passo em falso, o menor que fosse, pudesse lhes dar uma penalidade severa.

Por sorte, saíram vitoriosas daquele desafio e adentraram rapidamente o dormitório fechando a porta devagar de modo que não fizesse algum barulho muito alto e assim acordassem suas colegas.

Primeiramente, retiraram os sapatos cuja as solas estavam sujas de barro e lama e caminharam mais silenciosamente descalças até suas respectivas camas. Agora, tinham que se livrar das roupas molhadas não sabendo onde iriam as guardar para secarem, se bem que de todo o jeito não daria para estende-las do lado de fora da cabana, os sentinelas certamente iriam estranhar as peças no parapeito ainda mais com tão severa chuva.

Só havia uma ideia em mente, por fim. O tecido ensopado de suas roupas deslizaram para cima em ambos os corpos, de costas uma para a outra, elas se livraram das vestimentas escondendo-as — assim como os calçados — de baixo de suas camas e vestiram roupas secas.

Enquanto abotoava os últimos botões de sua camisa branca, Annie se virou para observar Mikasa que tinha vestido uma camisola rosa claro que ia até os joelhos e agora secava os cabelos na sua toalha. A Ackerman se perguntava se por acaso suas companheiras de quarto estavam imersas em um sono muito profundo ou elas que se vestiam tão silenciosamente, deveriam receber pontos extras no treinamento de tão espertas que conseguiram ser.

Memories [MIKANNIE]Onde histórias criam vida. Descubra agora