Memories [MIKANNIE]

Capítulo 16 - A Batalha de Trost (Parte 2)

O comandante da divisão de guarnição, Pixis, se encontrava em cima da muralha à frente de Armin, Mikasa e Eren, que se mantinha ajoelhado. O Yeager falou tudo o que sabia até então, incluindo o que acreditava sobre o porão da casa em Shiganshina. O velho comandante disse que, por enquanto, iria guardar aquele tipo de informação e que garantiria a segurança do trio.

Eles soltaram o ar de seus pulmões, mais aliviados, incluindo Mikasa. Ela relaxou os seus ombros e só conseguia pensar que, quando tudo aquilo acabasse, iria querer uma boa caneca cheia de vinho doce e os lábios macios de Annie contra sua boca.

A lembrança de sua amada gritando por ela ao ver que estava prestes a ser atingida por uma bala de canhão não saia de sua cabeça e ela queria muito poder abraça-la só por uns segundos, para garantir que ela ainda se mantinha bem e conseguia lidar com toda aquela situação mesmo que, no fundo, tivesse suas dúvidas.

Pixis dirigiu a palavra a Armin, ao seu lado, e perguntou sobre a tal ideia que ele havia dado sobre usar o poder titã do Eren para vencer aquela batalha. O Arlert revelou o seu plano de fazer o Yeager assumir a forma titã e carregar a enorme pedra ali perto até o buraco na muralha, assim o fechando. Porém, o loiro confessou que essa ideia veio em meio ao desespero, mas que queria que as pessoas pudessem ver as possibilidades de utilizar aquele poder desconhecido ao favor deles.

Mikasa sabia que isso não seria fácil, algumas pessoas não iriam gostar disso e a maioria talvez duvidasse se tal plano funcionaria. Entretanto, era o que tinham até agora. Os soldados não podiam ficar matando titãs o dia todo, até mesmo ela se cansaria em algum momento.

Pixis foi até Eren e se ajoelhou na frente do garoto, olhando em seus olhos e perguntou se ele achava que era capaz de realizar a ideia do amigo.

— Eu não tenho certeza, não sei nada sobre esse poder assim como vocês. — disse o Yeager. — Talvez consiga, talvez não, eu realmente não sei de verdade e não quero dar uma resposta irresponsável.

— É verdade, mil perdões, a pergunta estava errada. — revelou o comandante e Mikasa ficou ainda mais atenta ao diálogo deles. — Você vai fazer isso ou não vai? Responda.

Ela viu Eren franzir as sobrancelhas antes de responder.

— Eu vou, eu faço. — seu tom era bem determinado. — Não sei se consigo fechar o portão, mas farei isso.

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A multidão que antes estava espalhada agora se via mais junta na praça da cidade, eram muitos dentre cadetes recém-formados e soldados da guarnição que cochichavam enquanto esperavam qual seria o rumo que tomariam daquela situação.

Annie se situava entre eles, calada e com o olhar baixo como sempre. Ainda não conseguia acreditar no quão tola havia sido e acabando revelando que Mikasa era, de certa forma, importante para ela. Reiner e Berthold ainda a olhavam com questionamento e parecendo dois julgadores, ao passo que o coração e a respiração dela passavam a agir normalmente, abandonando a aceleração que tinham adquirido quando a loira viu sua namorada prestes a ser morta.

Ela podia ouvir os murmurinhos de seus colegas com medo, alguns cogitavam até mesmo deserdar e acabavam sendo ameaçados pelos soldados da guarnição. A vida de todos ali era metida entre a flecha e a espada, sem escolha para uma terceira opção.

Era espantoso que, não importava a nação, a vida humana ainda era tratada como algo facilmente descartável e sem valor. Annie sabia que era uma guerra, mas todos deviam ter a escolha de ir ou não ir, a liberdade para decidir como seriam os seus próximos segundos de vida.

— ATENÇÃO!! — uma voz alta e estridente ressoou de cima da muralha, atraindo a atenção de todos. Era o comandante da guarnição e, ao seu lado, Eren Yeager. — Agora vou explicar os detalhes da operação para a recuperada de Trost, o objetivo é conseguir selar o buraco do portão destruído e pra dizer como vamos fazer isso, eu vou apresentar esse rapaz que é membro dos cadetes, Eren Yeager.