Nota da autora: seus votos e comentários ajudam bastante a história a continuar e me estimulam muito, se estiver gostando, por favor, deixem seu voto e se possível também um comentário.
Tenham uma boa leitura.
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Para Mikasa, aquela visão era dolorosa e terrível. Parecia até mesmo que tinha sido levada para conhecer o que era o inferno e visse com seus próprios olhos os lamentos das almas condenadas e flageladas.
Observou quieta os corpos daqueles que perderam a vida naquela missão. Alguns nem sequer estavam inteiros, restando apenas pedaços de braço, perna ou até a cabeça. Era o que tinham conseguido resgatar, restos de seres humanos que tinham jurado entregar os corações para as asas da liberdade e em prol disso foram guiados para a morte.
O olhar da jovem guerreira pousou sobre o capitão Levi, ajoelhado perante aos membros de seu esquadrão embalados em panos brancos ou, como Mikasa os chamava em sua mente, as mortalhas que simbolizavam a destruição, a desgraça e a tristeza que invadia os corações daqueles que ainda respiravam. Ele mexia em algo nos corpos que ela não conseguia ver e nem saber o que ele tanto procurava, porém, ela o tinha visto com o semblante ainda mais fechado que o normal quando vira os mortos sendo cobertos.
Podia não ter o conhecimento do que se passava na mente do capitão da tropa, mas sabia o que preenchia o seu próprio peito.
Raiva. A mais pura raiva mentalizada no rosto da bela e devastadora titã que fora a causadora das mortes de grande parte dos soldados, homens e mulheres cuja a bravura não foi o suficiente para superar o poder carrasco dela.Ela se lembrou das palavras de Sasha, sua melhor amiga, que dissera que a pior hora de uma caçada era o seu fim. Tal conceito, ela percebeu naquele instante, também podia ser aplicado as missões externas de exploração, pois era no seu final que caia a ficha de todas as perdas e o sentimento de tristeza e de que poderia ter feito algo mais infeccionava as suas almas.
Mikasa apertou o tecido grosso de sua calça, frustrada consigo mesma por não ter conseguido por não ter conseguido derrotar a inimiga e nem de ter aproveitado a chance que teve quando ela se encontrava vulnerável. Levi a impedira de realizar justiça com suas próprias mãos para vingar Eren e aqueles que morreram. Ela havia seguido as ordens de um superior e não sabia mais se fizera a escolha certa ou não, afinal, mesmo que sua força fosse vista por alguns como sobre-humana, no fim do dia ela não passava de uma subordinada daqueles com cargos mais elevados.
Ao seu lado, Eren gemeu baixinho, estava deitado bem debilitado ao seu lado em uma das carroças que o comandante ordenou que vagassem para coloca-lo e leva-lo. Ela retirou sua capa esverdeada dos ombros e a pôs sobre o corpo dele, o cobrindo dos joelhos até os ombros. Fitou a imagem do garoto Yeager, a testa dele estava rodeada por faixas brancas que davam várias voltas por sua cabeça e podia se visualizar um fino fio de fumaça saindo dela e linhas vermelhas verticais que marcavam a parte de baixo de seus olhos, indicando a sua transformação titã de outrora.
Aquelas também eram as marcas da derrota dele em batalha. Mikasa fechou os olhos por um segundo e de um deles caiu uma pequena e solitária lágrima. Naquela única gota, a Ackerman despejou o seu luto e sua angústia por seus companheiros e, ao abri-los, se concentrou totalmente na imagem de seu grande amigo.
— Me desculpa, Eren. — ela pronunciou, o tom de voz ameno e não tão alto para que apenas ele ouvisse. Seus dedos afastaram um pouco as mechas castanhas ainda um pouco úmidas pela saliva da boca da titã que eles tentaram limpar ao máximo. Ela olhou para ele com melancolia. — Se eu estivesse do seu lado o tempo todo talvez a sua captura teria sido evitada e você não teria que passar por esse tormento.
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Memories [MIKANNIE]
Fiksi PenggemarAnos atrás, durante os tempos de treinamento da 104° turma de cadetes, Mikasa e Annie acabaram desenvolvendo um sentimento que de início era desconhecido mas que ficou tudo claro depois de um tempo. Porém, com a revelação de quem Annie era a relaçã...