Epílogo

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15 anos depois do fim...

Dizer que o mundo já havia se curado era uma completa utopia, tanto para aqueles que presenciaram a transição de uma nova era para outra, quanto para aqueles que haviam nascido sem nunca conhecer o medo.

A paz ainda reinava entre Paradis e as demais nações, praticamente todas tinham suas próprias feridas para curar e uma nova guerra era algo que passava distante do desejo dos povos e seus representantes.

A rainha Historia vivia sua completa felicidade o máximo que podia. Jamais casou, criando sozinha a princesa Ymir e sua herdeira. Ela tentava ser a melhor governante possível para o povo eldiano e para isso tinha a ajuda de seus conselheiros e embaixadores, dentre eles Jean, que se tornara o principal braço direito da rainha.

Armin Arlert tinha recebido há muitos anos o convite de exercer um alto cargo como embaixador. Entretanto, ser tão presente politicamente não era uma grande vontade sua, ele tinha outros planos. Durante três longos anos, o último que portou o titã colossal viveu na sua casa em Stohess na mais completa paz.

Quando deu notícias ao mundo, foi para lançar um livro que viria a se tornar uma das maiores fontes de conhecimento histórico e também um clássico na literatura eldiana. O nome era Ataque dos Titãs – a sombria era da humanidade.

Aqueles que outrora Marley usou como arma agora viviam suas vidas em Paradis tentando esquecer o passado. Porém, uma deles não convivia na ilha.

Annie e seu pai não permaneceram muito tempo em Paradis depois do casamento de Annie. Ela entendeu o desejo de Mikasa de querer recomeçar uma nova vida em um lugar que não fosse Marley e Paradis e o lugar escolhido para isso fora as raízes de sua mãe.

A nação de Hizuru sentiu-se agraciada em acolher Mikasa Ackerman e Annie Leonhardt. O líder do país, Azumabito Akira, ofereceu uma casa a parente distante em um dos bairros mais nobres da capital de Hizuru.

Para onde ia, Mikasa era agraciada, o mundo sentia-se numa eterna divida com ela, que nunca deixou de se sentir um pouco acanhada com tudo isso. Ela não se arrependia do que fez, mas queria muito poder ter uma vida comum, ser uma completa desconhecida. Ela sabia que essa vontade era apenas um mero sonho.

Na praça imperial, a praça mais famosa da capital Hiruzense, havia uma prova de sua fama. Tratava-se de uma grande estátua de bronze dela com seus dezenove anos vestindo o uniforme da tropa de exploração e usando o dispositivo de manobra tridimensional. Aos seus pés, não havia só a cabeça esculpida de Eren Yeager, mas também cabeças que representavam os nove titãs.

Na plataforma quadrada de mármore sob a estátua, tinha uma placa de ouro com os dizeres:

Mikasa Ackerman

- Heroína da Antiga Era

- Salvadora da Humanidade

- Ruína dos Titãs

- Aurora da batalha

Em partes, aquele reconhecimento a ajudava como auxiliou ao conseguir uma moradia no país natal de sua mãe tanto para ela e a esposa quanto para o pai de Annie, que recebeu uma mais simples que a delas, mas ainda perto o bastante para que Annie pudesse visita-lo.

Mais de uma década atrás, Mikasa e Annie jamais sonhariam com uma vida de casadas antes de se encontrarem. Porém, cá elas estavam, oficialmente esposas e elas não podiam querer algo mais perfeito do que aquela vida.

Apesar de agora terem mais anos juntas e estarem felizes, muita coisa ainda não havia cicatrizado. Muitas noites, Mikasa acordava de pesadelos, em outras, Annie era quem acordava deles que a faziam retornar em sonhos para o sufoco que foi os anos presas no cristal.

Memories [MIKANNIE]Onde histórias criam vida. Descubra agora