Memories [MIKANNIE]

Capítulo 13 - A mais forte entre os seus

Não existia líderes ali naquele grupo, porém, todos os cadetes se sentiam intimidados e se curvavam de maneira abstrata diante da figura clara e imponente da jovem Ackerman que ia na frente do grupo sem dizer uma palavra.

Ela não os assustava, longe disso, apenas os deixa impressionados e com vontade de aprecia-la. Era como se ela tivesse nascido para ser vista na liderança e apenas ali, com sua postura reta e olhar imperioso que era capaz de falar bem mais que sua língua.

Isso tudo quando ainda estavam com seus pés sobre a solidez do chão ou dos telhados das casas esvaziadas. Ao usarem o dispositivo de manobra tridimensional para se deslocarem pelos ares, os vários pares de olhos ainda não conseguiam se desviar de Mikasa.

Ela exalava uma aura dominante e forte que hipnotizava os que a seguiam tão devotos e fervorosos. Parecia até mesmo a imagem de uma deusa suprema da guerra que desceu ao mundo dos humanos para lutar em suas batalhas trajada em uma armadura, um elmo e uma espada capaz de matar 100 inimigos em um só golpe.

Porém, por mais que parecesse, Mikasa estava longe de ser um ser divino. Mas ainda assim, ela era reinante e facilmente acreditariam se ela os parasse e dissesse que era uma rainha e imediatamente se curvariam ao seu respeito.

Entretanto, não era só isso.

A beleza dela também era algo chamativo, uma beldade no meio de um cenário destruído e repleto de gigantes prontos para esmagarem e os devorarem. Ela era como uma flor que nasce resistente e linda em meio as rochas tão duras e brutas ou que cresce nos caules rústicos das árvores assim como a orquídea.

Essa era Mikasa, a beleza da coragem. Alguém a ser apreciada, tão singular que os fazia se questionarem sobre o que fizeram para merecer observar uma pessoa como ela.

Não desviavam os olhos, pois temiam que tal visão não fosse real, apenas uma miragem — que não era — da perfeição.

Mal sabiam eles que era uma perfeição quebrada por dentro, algo que suas vistas talvez jamais observassem já que era velado pela sua imagem de guerreira que escondia a maior parte de suas emoções ao entrar no local da guerra.

O externo era tão lindo e encantado que era capaz de fazer com que as mentes mais observadoras se rendessem a ignorância sobre uma possibilidade de um interior quebrado.

Tal veneração só durou pouquíssimos segundos que pareceram horas, já que Mikasa matou seu primeiro titã naquela luta e foi ali que seus companheiros despertaram do transe que a sua existência os colocou.

Ela transbordava uma coragem e força que jamais fora vista ou alcançada — e talvez jamais fosse — por cada um de seus poros e foi por causa dessa coragem que perceberam que ela não era uma líder, não, Mikasa era uma cadete subordinada que se encontrava ali para combater o terror que assombrava a ilha de Paradis há 100 anos, tal como eles.

Podiam não ter uma força como a de Mikasa, mas eram determinados como tal e isso era essencial.

A Ackerman se situava bastante focada na batalha, desviando só por alguns segundos o olhar para ver seus companheiros ficarem mais dispersos e irem enfrentar os titãs que haviam por ali.

Continuou a voar com o auxílio do gás de seu DMT e atacava qualquer gigante que ficava em seu caminho, alguns até andavam em sua direção na pretensão de devora-la, porém, mal sabiam que caminhavam para suas mortes.

Mikasa batalhava com uma expressão neutra em seu rosto singelo, não se via raiva, tristeza ou qualquer emoção. Tinha apenas a força de vontade preenchendo a sua alma que barrava a maior parte de seu medo.

Não temia os titãs quando se encontrava cara a cara com eles, fora apresentada a crueldade daquele inferno muito antes de se ver diante de um e quem fez isso foram os próprios seres humanos, criaturas que as vezes conseguiam machucar e torturar e matar de uma maneira ainda mais cruel que aqueles titãs.