Pedidos

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Junto com o amanhecer do dia estavam o início das tarefas do novo sistema de segurança da S.J.Y, o que tornava os horários de Cinco e Um totalmente inversos. Eles tinham pouco tempo juntos, o que fazia Cinco invejar um pouco o amigo Sete. Cinco sentia falta da sua garota, já que ela estava tão concentrada em terminar o projeto de segurança. Ele sabia que era importante, mas ainda sim sentia muita falta.

O novo sistema estava em teste numa das salas de treinamento. Os quatro desenvolvedores se dividiam para tentar quebrar o sistema dos outros ou conseguir ultrapassar as defesas a partir de computadores que Silver lhes disponibilizou. A partir dos resultados obtidos, eles refaziam os códigos e planejamentos. Eles eram brilhantemente geniais juntos, estavam conseguindo excelentes resultados. Três estava confiante de que mais ninguém conseguiria repetir o feito da Número 98.

Os Alfas também estavam bem confiantes sobre o trabalho que estavam recebendo da Beta Vermelha. Reconheciam o potencial desses quatro, certamente seriam excelentes Alfas posteriormente. O que lhes preocupava era se encontrariam uma equipe Beta Vermelha à altura desta, quando o momento de tornar-lhes alfas chegasse. Seria realmente uma grande perda nas linhas de frente que mentes e corpos tão brilhantemente preparados estivessem enferrujando dentro das paredes da organização.

Quando mostraram aos alfas o progresso dos testes do sistema, homenagearam o falecido amigo e parceiro de trabalho. O novo sistema de segurança da S.J.Y estava nomeado como TP0, as inicias de Timmy e seu número dentro da organização. Segundo eles, esse nome era para lembrá-los de trabalhar o suficiente para que não entrassem mutados na base, e para que não acontecesse uma catástrofe como a que levou a vida de Zero.

Um estava animada para contar para Sete e Oito sobre a decisão do nome do novo sistema de segurança, mas estava ciente de que eles patrulhariam durante a noite toda junto com Cinco. Toda essa confusão precisava acabar para que ela pudesse encontrar-se com as pessoas que ela gostava e conversar sem preocupar-se com as horas. Ela também queria reunir Oito e Seis, para que as três pudessem se conhecer melhor. Planejava uma noite das garotas – pensava nisso durante o caminho para o seu dormitório todos os dias –, mas não tinha muita ideia do que fazer em relação aos dormitórios.

As pausas da equipe aconteciam apenas durante as refeições. Durante o almoço, os quatro se reuniam para conversar sobre qualquer tipo de assunto que não envolvesse o projeto, para não ficarem sobrecarregados e estressados. Um desses assuntos era sobre os colegas de quarto e seus comportamentos, que acontecia durante o jantar.

- Eu sinceramente não sei como o Sete e a Oito suportaram dormir no mesmo quarto que você e o Nove. Eu escuto os roncos do Nove do meu quarto – disse Quatro.

- Ele ronca muito alto mesmo – afirma Dois, sorrindo – mas eu acabei me acostumando com isso. Sete e Oito não pareciam incomodados, apenas se abraçavam e caíam no sono.

- Quatro diz isso, mas quando tem pesadelos grita a noite inteira.

- E o Três leva três anos para acordar – retrucava Quatro.

- Mas pelo menos acordo. O Sete caía da cama e só percebia no outro dia.

- Eu mal vejo o Cinco acordar. Principalmente agora ele tem sido bem silencioso.

- Cinco sempre foi assim, ele odeia atrapalhar o sono de qualquer pessoa – responde Dois.

- Isso é verdade, eu só sinto que ele chegou no quarto quando ele coloca o braço por cima de mim para dormir.

- Poxa, deve ser chato estar com o namorado no seu quarto e não poder...

- Dois! – Interrompia Três.

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