APOCALYPSE

O antigo Brasil

O dia amanhecia, e com ele a missão ao Brasil. O quarto de Cinco e Um acordara tranquilamente e se preparara para as instruções de Nove, enquanto Nove e Dois acordaram sorrateiramente, aguardando a reação de Sete.

Sete acordou, e fora recebido com os olhos de Oito para ele. Ela já estava acordada há um tempo, mas não quis atrapalhar o sono dele. Oito acreditava já ter atrapalhado Sete demais para acordá-lo.

Quando sete percebeu que estava abraçado à Oito e que provavelmente passara toda a noite assim com ela, encontrou o tom de vermelho mais forte possível para expor em seu rosto. Ele tentava dizer alguma coisa, mas não saía palavra nenhuma pela sua boca. Sete sentia uma mistura estranha de pavor e vergonha.

Ainda assim, Oito observava-o inocentemente – como sempre, Oito nunca foi muito boa de perceber o que estava bem na frente de seus olhos. Isso piorava a cabeça de Sete, que não conseguia acreditar que Oito não compreendia os sentimentos dele; acreditava que ela simplesmente fingia que não podia ver... ou que estava querendo se aproximar.

- Dormiu bem, Sete?

Ele acenou que sim com a cabeça.

- Temos que realizar aquela missão.

Ele seguia em silêncio, ela se levantou da cama e foi em direção ao banheiro. Assim que a garota deixou o dormitório Dois se abraçou em Nove e os dois começaram a zombar de Sete.

- Oh Oito, venha, me abrace! – Começou Nove.

- Eu estou com tanto medo!

- Não tema! Eu te protegerei com o meu amor.

- Estou tão sozinha!

- Eu estarei com você até o fim.

- É agora que vocês se beijam ou eu preciso esperar mais um capítulo da novela? – retruca Sete.

- Quanto mau humor, nem parece que dormiu abraçado em quem você ama – devolve Dois.

- Ela teve um pesadelo, está assustada. Eu só estava na hora errada no lugar errado. Sou só um substituto temporário.

- Ela confia em você, idiota.

- Até ter forças para voar sozinha.

- Ah Sete, quem garante que ela não gosta de você?

- E o que Garante, Dois?

- Oito jamais faria isso comigo ou com Nove. Ela confia em você o bastante para dividir a cama, e chamou pelo seu nome quando se sentiu sozinha. Você é importante. Se ela só precisasse de alguém, chamaria qualquer um.

- Valeu a tentativa, mas eu sei que a Oito só está tentando nos agradar. Ela parou de se importar com ela mesma, só quer parecer bem para nós.

- E por que diz isso, já fez? – Interrompe Nove.

- Se fiz ou não, é um problema meu.

- Demonstre respeito, pois não te faltamos com ele aqui.

- Desculpe.

- Se acalme Sete – aconselha Dois – você vai conseguir afastá-la se continuar assim.

- E se ela achar que eu estou invadindo o espaço dela?

- Respeite, se for o caso. Ela não falou nada, então deve estar tudo bem.

- É verdade, a Oito faz muito discurso quando algo a incomoda – completa Nove.

Oito deixou o banheiro pronta para a missão, avisou que estaria os esperando no hangar e deixou o dormitório também. Os três se arrumaram rapidamente e a seguiram.