O pior monstro do mundo

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No outro dia, a Beta Vermelha se reuniu no refeitório da S.J.Y. Oito e Zero chegaram à mesa de mãos dadas, para o desconforto de Sete. O restante da equipe comemorava a revelação para toda a organização. Cinco observava Sete e suas atuações péssimas.

- Mas olha só que bonito esse casal! – Disse Dois em voz alta.

- Parece que a Beta Vermelha não é tão desalmada quanto parece – completa Nove, apoiando seu braço no ombro de Dois.

A número Um batia palmas alegre, tendo pequenos surtos de felicidade, até que não se aguenta e abraça Oito. As duas conversam empolgadas enquanto toda S.J.Y observava a mesa. Estavam surpresos, de alguma forma Zero e Oito traziam esperança para quem estava na linha de frente. Afinal , se eles podiam ver um futuro onde eles estavam inseridos... Por que toda S.J.Y não podia?

Cinco desvia os olhos de Sete por alguns segundos e passa a olhar para toda a mesa: Oito e um estão sorrindo criando histórias; Dois e Nove estão misturando suas comidas e inventando novos sabores; Três distraía Sete, impedindo-o de pegar uma caixa de suco; Quatro e Zero faziam disputas de Caretas. Todos pareciam pessoas normais, diferente dos sérios agentes que atuavam nas missões.

Um e Oito se juntam a Zero e Quatro nas disputas de caretas. Cinco ainda os observava. Sua atenção agora era voltada para o casal, estavam sentados um ao lado do outro, se divertindo junto. Por horas Zero se apoiava no ombro de Oito e vice-versa. Quatro e Um, mesmo não sendo um casal, estavam sorrindo tanto quanto. Um estava ao lado de Oito e apoiada na amiga, por vezes as duas estavam abraçadas.

Para cinco, era uma coisa estranha. Por mais que ele já tivesse abraçado Um, não havia sido daquela forma. Ele esteve tão preocupado com os Mantus, que esquecera de como era tratar um ser humano.

Após o almoço, Cinco e Sete foram para as salas de treinamento. Já estavam liberados para treinamento, e ambos não queriam perder tempo. Vestiram as roupas adequadas, ativaram as armas de treinamento e acionaram os simuladores de ação em um alto nível. Em alguns segundos a sala de simulação tornou-se um prédio infestado de Mantus.

Os dois apontavam suas armas e enfrentavam a falsa situação. Eram muitos Mantus para apenas dois agentes, mas os dois lidavam muito bem com a situação. Mesmo estando a algum tempo fora do combate, não perderam suas disposições.

Cinco estava confiante de poder lidar com um número grande de Mantus. Como não sabia lidar com as pessoas que gosta da mesma forma que todos da Beta Vermelha, proteger todos – e a número Um – era a forma que ele encontrava de tentar encostar-se nos sentimentos que o grupo nutria.

Sete estava sendo atacado de perto, treinava suas habilidades corpo-a-corpo. Por um momento de distração um dos Mantus morde o pescoço dele, e, por obrigação do treinamento, ele deita no chão. Cinco encarrega-se de finalizar os Mantus que estavam no recinto, e em seguida, simula friamente um tiro no coração de Sete. A simulação acaba, Cinco ajuda o amigo a levantar-se.

- Que frieza nesse tiro, Cinco.

- Era uma simulação.

- Eu espero que eu nunca precise fazer isso. Acho que eu não teria coragem.

- Nem eu, Sete. Aqui eu sabia que ao fim da simulação você ia se levantar. No combate real eu nunca mais ia te ver.

Sete o olhou com admiração para Cinco, e lhe passou o braço por cima dos ombros. Cinco estranhou, mas lembrou-se de como os outros interagiam entre si, fez o mesmo e os dois saíram falando sobre a quantidade de Mantus que estavam na simulação.

Enquanto tiravam as vestes de treinamento da sala, Cinco acabou por se sentir livre para questionar algumas coisas a sete, tentando compreender algumas situações. O amigo prometeu responder a todas as suas perguntas.

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