Oito tocou o rosto de Zero, acordando-o. Ela precisou levá-lo até a área médica, pois ele ainda estava um tanto desligado por conta da fadiga causada por aquela noite de insônia. Foram atendidos por uma mulher de aproximadamente trinta e dois anos, que atendia pelo número 26.
A área médica da Divisão Azul fora trabalhada com tanta perfeição para parecer ser um hospital comum que até as dores de cabeça (causadas pela forte iluminação em um ambiente muito claro) podiam ser sentidas. Nas salas de exames, a cor das paredes fazia jus ao nome da divisão, onde a sala de espera era enfeitada com alguns tons de roxo.
Fizeram uma grande bateria de exames, sendo Zero auxiliado por sua parceira o tempo inteiro. Estavam em plena saúde, com exceção da exaustão de Zero, onde lhe foi enviada uma ordem de repouso, que acarretaria nele não participar de missões nas próximas 48 horas. Ele tentou fazer com que essa ordem não fosse aceita, mas seus esforços foram em vão.
Oito levou-o até o dormitório, aguardando que ele adormecesse, e assim que aconteceu, levantou-se e buscou um livro para ler. Sua tarefa agora era tomar conta de Zero, então não podia participar das reuniões nem de missões dentro de 48h também. Aquele livro era o único entretenimento que ela possuía.
Sua imaginação lhe levou para um mundo submerso, onde havia várias sereias cujo objetivo era puxar homens desavisados para o fundo do lago e matá-los afogados. A história se passava com uma em especial que se apaixona pelo visitante, e tenta levá-lo para o seu mundo. Porém, ele jamais resistiria estando embaixo d'água, por mais que fosse apaixonado por aquela visão, e pela sereia. As páginas do livro falavam sobre a história dos dois, o embate com as sereias obscuras (uma espécie de sereia sanguessuga), entre outras aventuras. As horas passaram rapidamente durante a leitura desse livro.
Enquanto a garota se distraía com o livro, Zero revirava-se na cama. Estava tendo muitos pesadelos, e não conseguia acordar. Oito só percebeu as perturbações ao sono de Zero quando ele caiu da cama.
Ela jogou o livro para um canto e correu na direção dele, checando se ele havia se machucado. Por mais que o susto tivesse sido grande, não havia acontecido nada grave a Zero, e, para a felicidade de ambos, ele já estava mais consciente de si, por mais que ainda estivesse cansado.
Oito tentou fazer com que Zero tornasse a dormir, mas os olhos do garoto não negavam os pesadelos assombrosos que se passavam na mente de Zero durante o sono.
- Eu não volto para aquela cama.
- O que te assustou tanto?
- Várias e várias vezes eu te vi se transformando em um Mantus e vindo me matar.
- Está com medo... de mim?
- Estou com medo de te perder.
Zero abraçou Oito um pouco forte, mantendo-a em seus braços por alguns minutos. Tocou o rosto da parceira, mas não tivera coragem de fazer mais do que isso.
Oito se sentia estranha em relação àquele toque, àquele abraço. Ela não era acostumada a ter proximidade com alguém da forma como Zero estava com ela. Mas mesmo achando toda essa situação muito estranha, falou profissionalmente com Zero e o pediu que voltasse a dormir.
Ele se negou deitar-se na cama até que Oito sentou-se cama que pertencia ao seu colega e recostou-se na parede. Ele em seguida deitou-se na cama e apoiou a cabeça nas coxas de Oito, que perdera todo seu tempo mexendo no cabelo de Zero e esquecera-se do livro que estava lendo. Distraiu-se assistindo seu parceiro dormir.
Eles se tornaram uma dupla durante os treinamentos. Sophie não conseguia se comunicar com ninguém da organização além do Comandante Black. Em parte isso era culpa da timidez, mas faz parte da personalidade de Sophie ser uma pessoa fechada com todo mundo. Ela criava barreiras difíceis de serem rompidas.
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APOCALYPSE
Science FictionPor onde passo, vejo pânico. O mundo que você conhece, para mim não existe mais. As cidades foram tomadas por seres que perderam sua humanidade, que infectam as pessoas quando são mordidas por eles. Nós ainda não sabemos como isso tudo começou, e ta...