Loucura

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Enquanto Cinco e Um estavam sozinhos na sala de jogos, Sete contribuíra com Oito e a seguira para o lado de fora. Assim que percebeu o plano dela, torceu para que Cinco aproveitasse muito bem esse tempo com a número Um.

- Você mentiu para deixar eles sozinhos.

- Eu não menti, eu realmente queria um refrigerante.

Oito se direciona até a maquina de refrigerante e tira duas latinhas, jogando uma para Sete.

- Oito, eu não...

- É um presente, e eu não aceito recusas.

Sem nenhuma liberdade de escolha, Sete abre a lata e bebe um pouco do refrigerante. Oito, por sua vez, encosta-se à parede, abrindo a sua lata também. Parecia um pouco preocupada.

Sete aproveitou para avaliar Oito. Naturalmente ela estaria empolgada e se escondendo na porta para ser a primeira a saber, caso seus planos de unir Um e Cinco finalmente funcionassem. Mas ela realmente foi atrás do refrigerante. A Sete lhe entristecia vê-la daquela forma, mas ele tentava fingir não estar se abalando com isso, e falar com ela com frieza.

- Oito, o que te incomoda?

- Eu tenho pensado sobre como os Mantus apareceram.

- Você não devia estar esfriando a cabeça com esse assunto?

- Como uma pesquisa com esse tipo de experimento conseguiu passar despercebida aos olhos da S.J.Y por tanto tempo?

- A S.J.Y nunca teve o controle sobre tudo. Esse experimento foi uma das coisas que passou, e quando a organização ficou sabendo, já era um pouco tarde.

- Como uma coisa dessa surge sem ninguém ver...

- Muita coisa acontece sem ninguém ver, Oito. As vezes são coisas grandes, as vezes são pequenas. Você já viu um formigueiro sendo construído?

- Não...

- Você viu quando seus sentimentos pelo Zero começaram a se construir?

- Não...

- Isso tudo passou despercebido de você igual o experimento Mantus passou da S.J.Y. Enquanto era uma coisa pequena, conseguia se manter escondida.

- Só espero que consigamos eliminar todos os mutados.

- Não temos opção que não isso, Oito.

Oito estende a lata de refrigerante na direção de Sete, propondo um brinde.

- À todos os Mantus que vão encontrar a Beta Vermelha.

Sete estendeu a sua lata de refrigerante também, brindando com ela. Percebendo o desânimo que ainda cercava Oito, colocou sua mão no ombro dela e sorriu.

- Não esquenta a sua cabeça com isso.

- Eu vou tentar – respondeu Oito, colocando sua mão sobre a dele e forçando um sorriso para animá-lo.

Sete retirou a mão do ombro dela assim que percebeu que ela o tocara. Era embaraçoso para ele, pois sentia que, de alguma forma, aquilo era uma traição dele ao seu melhor amigo. Ao mesmo tempo em que apreciava cada momento em que ele estava na companhia de Oito, e cada pequeno ato de carinho que ela fazia.

Eis que o alarme que Um e Cinco ouviram no capítulo anterior toca, e o treinamento de evacuação começa. Sete e Oito apanham a pistola que cada um carregava presa à perna direita, e correm para fazer a segurança na saída de todos os desarmados, juntando-se a toda a divisão vermelha. Como estavam sem uniforme e proteção, suas tarefas eram de defender os grupos enquanto a evacuação era realizada, ao invés de tomar conta das entradas e saídas, e da patrulha atrás de Mantus e sobreviventes.

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