Capítulo 10

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Morgan Davis

Quando eu percebi onde eu tinha cravado as unhas, já era tarde demais, só percebi o que tinha acontecido, quando a apresentação terminou e algo quente molhou a ponta dos meus dedos, Matheo pareceu não sentir dor, ou não se importar com ela.

Coloco sua mão, virada com a palma para cima e olho para as marcas de meia lua...

- Morgan? - Osman chama, levanto os olhos e cruzo as pernas, apoiando a mão do Matheo no meu joelho - já sabe oque vai pedir?

- água... - começo mas Matheo me interrompe.

- uma garrafa de vinho tinto, de 1888 - Matheo diz e depois vira a mão, colocando-a com a palma para cima - e uma lasanha de berinjela.

- por favor - acrescento.

O garçom faz uma pequena reverência antes de sair e então eu percebo que Clarisse está me encarando, olho para ela, aperto a unha na mão do Matheo, ele não se mexe, lembro que a mão dele não é minha, então cravo as unhas nas minhas mãos, Matheo agarra meu punho fechado e o abre.

Apenas um corte superficial brilha no fim da minha mão, Matheo me repreende com o olhar e então se volta para Clarisse.

- então, onde vamos depois daqui? - ele pergunta em tom espontâneo pego o frasco de sal, e jogo um pouco, Matheo puxa um pouco a mão.

- seu quarto, seu verdadeiro quarto, na sua cama - levanto os olhos dos cortes e Clarisse me fuzila.

- não, - Matheo a fuzila de volta - definitivamente não.

Um silêncio pesado se instala, pego um frasco de álcool em gel com cheiro - diretamente da minha bolsa e jogo na mão, acho que ele não arde, porque Matheo não faz nada, - ou então o sal já doeu o suficiente.

- gostou das uvas? - Osman pergunta.

- sim - respondo em uníssono com Matheo, ele só deve ter comido umas duas ou três, terminei de comer tudo com Meyer durante a tarde.

Osman fecha a cara, passo o guardanapo por cima dos cortes e agradeço por não o ter machucado de verdade, coloco o guardanapo no colo do Matheo, que o coloca no bolso, olho os cortes e percebo que não machucou muito, quatro marcas, que sobem do pulso para a mão.

O garçom me olha feio, quando vem até aqui.

- não temos lasanha - ele fala olhando para mim e para o Matheo.

- tudo bem, traga só o vinho - digo antes que o Matheo possa falar.

Olho novamente para sua mão, que agora está na metade da minha coxa, e então eu percebo, ele está com a mão na minha coxa! Tiro a mão dele e presto atenção no novo casal, no meio do salão, aparentemente eles são clientes do restaurante.

- sem vergonha - murmuro.

- o que? - Osman pergunta e Matheo ri.

- nada - me apresso em responder.

Clarisse me fulmina com os olhos, não entendo o porquê, - ok, talvez eu entenda sim, afinal ela deve ser bem próxima do irmão e ele está me olhando como um pedaço de carne.

- você está procurando um lugar para se mudar? - Clarisse perguntou.

- o Matheo ainda não me expulsou e como apenas ele pode fazer isso, acho que não devo procurar nada antes de um aviso prévio.

Seu rosto se contorce de raiva, enquanto outra apresentação começa, dessa vez eu não quero prestar atenção, me volto para a minha bolsa e fico olhando os detalhes que eu conheço muito bem, meus saltos, são impecáveis e lindos, sorrio ao perceber que pelo menos bom gosto eu tenho.

Empresário imprevisível - livro 3 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora