Capítulo 62

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Megan Davis

Fui obrigada a vir para cá, a vitória praticamente me trouxe a força, tipo, de verdade, não sei como ela não colocou um capuz na minha cabeça e me sedou, essa mulher faz parte da máfia mesmo.

Óbvio que sei que ela está certa em me obrigar a vir para cá, ou então agora eu estaria no que restou da casa do meu pai tentando resgatar o Matheo - que eu espero que não precise de um resgate - mas ele deve conseguir se virar, pelo menos eu espero que sim, enquanto isso só me resta passar esse tempo com a Vitória e com quem realmente pode cuidar de mim e me ajudar.

- esse vai ser o seu quarto até o Matheo voltar - Vitória diz indicando uma porta fechada ao lado do quarto principal.

- nah, vocês são barulhentos e não quero me traumatizar - isso a faz inclinar a cabeça para trás e gargalhar.

Não a julgo por ter um relacionamento saudável e uma vida sexual ativa, na verdade eu meio que desejo ter isso também, filhos, uma casa e uma família.

Minha mão vai para a minha barriga involuntariamente, espero que o meu filho ou filha esteja bem, ainda não tive tempo de pensar o que prefiro, por agora só sei que quero que venha com saúde.

- então... alguma novidade? - pergunto ansiosa enquanto reparo nas paredes, da última vez que estive aqui, elas eram brancas, por algum motivo agora estão pretas.

- por enquanto nada - Vitória fala andando em direção a sala de estar, seu olhar me alcança por cima do ombro, algo em seus olhos mudam quando seu olhar atinge o meu rosto - relaxe, sei que parece difícil, mas está tudo sob controle.

Finalmente chegamos a sala de estar, mas não consigo ficar parada no sofá, então começo a andar de um lado para o outro, enquanto Vitória me observa do seu lugar no sofá, sua cabeça inclina enquanto acompanha os meus movimentos, só não estou andando em círculos porque tem algumas caixas atrás do sofá, que me impedem de dar a volta.

Esse cômodo parece uma sala de estar, mas também pode ser considerada uma biblioteca, as estantes cobrem as paredes, deixando espaço apenas para uma porta e duas janelas que estão com as cortinas fechadas.

Meus olhos seguem para o tapete, que está bem abaixo de mim, ao invés do carpete habitual.

- olá - a voz do Henrique me faz pular, quase me matando de susto, sua mão vai para as minhas costas, enquanto ele se inclina para me cumprimentar - desculpe te assustar - ele fala antes de andar até a esposa.

Vitória se levanta, Henrique inclina a cabeça para dar um beijo na sua mulher, não posso deixar de observar tudo e pensar no quanto eles são lindos juntos, tenho vontade de chorar mas me controlo e volto a andar de um lado para o outro.

Henrique agora está sentado ao lado da esposa e ambos me observam, minhas mãos estão suando por não saber onde e como o Matheo está, só espero não ter que reconhecer o seu corpo no necrotério.

Na verdade, sabendo bem a quantidade de pessoas na família Mendonça, acho que eu seria a última...

- se sente - Henrique ordena.

Pulo novamente sem esperar que a sua voz fosse me assuntar tanto.

- querido, - Vitória diz - pegue leve com ela.

- ela vai fazer um buraco no chão se continuar para lá e para cá - ele resmunga se levantando, Vitória apenas respira fundo enquanto Henrique vem até mim.

Suas mãos param no meu ombro e ele me guia para a poltrona lateral, assim que paro na frente, ele me vira e depois me empurra levemente para baixo.

Acabo cedendo, na verdade não tinha sequer pensado em resistir.

Empresário imprevisível - livro 3 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora