Capítulo 30

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Morgan Davis

- perdão? - consigo sussurrar.

Eu soube de situações, que o Bernardo, perdeu a cabeça, mas jamais achei, que alguma das vezes futuras, poderiam ser direcionadas a mim, nesse momento eu não tenho nem como me defender.

- você sabe... - ele engole um pedaço do crepe - você estava com o meu filho aqui, - ele bate no ombro do Matheo - no almoço, estava até no colo dele! E hoje está com o meu outro filho - ele indica o Gabriel com a mão.

- não estou com nenhum dos dois, seu filho - indico o Matheo com o queixo, - me puxou para o seu colo, e hoje o seu outro filho, me ajudou, então, não que interesse, claro, eu não estou com nenhum dos dois e tenho certeza que como a mulher solteira e livre que sou, não devo satisfação de com quem estou ou deixo de estar, mas para o seu arquivo pessoal: deixo mais claro que a água do Caribe, que qualquer pessoa do sexo masculino e com o nome Mendonça, me deixa enjoada.

- mais alguma dúvida, Bernardo? - Lale rosna.

- por ora, não.

Gabriel passa o resto do jantar, tentando contornar o pai, mas ele não sede, Bernardo nem hesita, em momento nenhum, fazendo um muxoxomo ou dispensando-o com um gesto de desdém.

- se vocês não se importam... - Estela começa - vamos caminhar? - Catarina confirma - Vamos caminhar um pouco, começar a fazer a digestão, vocês sabem...

Júlio murmura uma súplica para Catarina, mas ela apenas sorri, levantando-se e me olhando, Estela segura meu ombro, limpo a boca, inclinando a cabeça para Lale, como um pedido por sua permissão, ela sorri, me levanto olhando confusa para Estela, ela apenas abre mais o sorriso e coloca uma mão na minha lombar.

Seguimos para o jardim, parando de frente para uma fonte.

- porque você sempre está metida em algo? - Catarina reclama.

- não é como se fosse a minha decisão de vida, eu nem penso "hum, no que eu vou me meter hoje?" - debocho.

Estela brinca com a renda do próprio vestido, antes de inclinar a cabeça para o lado.

- eu estou metida em algo - ela murmura, mesmo com a pouca iluminação, consigo ver o rubor tomar seu rosto - eu meio que estou saindo com um homem mais velho.

- quanto mais velho? - falo em uníssono com Catarina.

- 30 anos? - ela morde o lábio.

Olho para Catarina, que me olha de volta.

- você gosta dele? - pergunto.

Claro, a idade não é um problema, só se tornaria um problema se...

- é pelo dinheiro - ela diz.

Isso é definitivamente um problema e dos grandes.

Ficamos estagnaras no lugar, cada uma criando suas próprias raizes, ou então sentindo o gosto amargo na boca, eu não quero estar perto quando eles descobrirem, isso vai virar um caos.

Estela não precisa de dinheiro, ela tem tudo dado pelos pais e trabalha muito bem - pelo menos ela não faz parte da porcentagem dos desempregados - mas eu ainda não consigo entender porque, que ela escolheu algo tão... eu quero um velho da lancha também...

Que isso? - pergunto para o meu próprio subconsciente - eu preciso dar o exemplo, já que ela e a minha irmã, andam juntas com muita frequência.

- você... - começo mas escuto passos e não digo mais nada.

- Morgan? - Matheo pergunta, aparecendo entre as árvores do jardim.

- inferno - murmuro abaixando a cabeça.

Empresário imprevisível - livro 3 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora