Capítulo 46

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Matheo Mendonça

A minha vontade era rasgar esse papel, tocar fogo, triturar, fazer algo do tipo, porque esse papel cortou o meu coração, se ela achou mesmo que eu fosse seguir a risca, ela estava muito enganada, eu sou o homem de Londres, eu controlo essa cidade.

Sem Meyer, ou com Meyer, essa cidade é minha, e pelo visto, está na hora de reassumir o controle e foder algumas pessoas.

Me levanto, o impulso é suficiente para derrubar a cadeira.

- não vou passar nem sequer mais um segundo sentado aqui com os braços cruzados.

Meyer se levanta: - eu sabia que você não ia obedecer.

Ele me joga a chave da minha caminhonete.

- ela está esperando na empresa.

Meyer diz isso com uma tranquilidade inesperada, pelo visto por várias pessoas da sala, porque diversas pessoas se levantam ao mesmo tempo, pelo visto ninguém sabia que a Morgan estava esperando na empresa.

- vocês não acharam que eu fosse deixar o novato levar a comida atoa, acharam? - Meyer parece ofendido, enquanto eu passo pelas pessoas da minha família.

Larguei a carta encima da mesa, mas penso por um segundo, se ela não seria importante para algo, mas percebo que não, ela só exibe fraquezas da Morgan, nenhuma mensagem subliminar, infelizmente.

- ninguém vem comigo! - berro parando na soleira da porta, todos na sala ficam em silêncio.

Meyer sumiu da sala, o que significa que ele já está a caminhos, 2 pares de olhos, me olham atentamente, Aurora e Oliver, esperam avidamente, Aurora com a chupeta rosa e Oliver está segurando um carrinho.

Beijo o topo da cabeça deles, e praticamente corro para o carro, não posso esperar nem mais um segundo, porém achei que fosse ser mais difícil, meu subconsciente grita um aviso, falando que está tudo muito fácil.

Alguma coisa está muito errada.

(...)

A empresa está vazia, tirei o caminho em 18 longos minutos, minha caminhonete teve que esperar, peguei um Audi, que nem tenho certeza de quem é, mas eu precisava de um carro esportivo.

Penso em passar na minha sala antes, para pegar pelo menos uma arma, mas sou parado antes mesmo de chegar no corredor principal.

É Morgan quem me para, ela está encostada na mesa da recepção, olhando atentamente para mim, mas seu olhar está diferente, ela não é a mesma pessoa, seu cabelo está mais claro, seu olho parece nervoso, seus pés estão cruzados na altura dos tornozelo.

Mãos apoiadas na mesa, vestido vermelho colado, e saltos pretos.

Sua mão se mexe na mesa, chamando atenção para uma arma automática, olho para Morgan.

Não tenho o medo que muitos teriam, me aproximo, quando meu corpo está contra o seu, eu finalmente falo:

- por onde você esteve? - pergunto, minha voz sai pesada e mal consigo engolir.

Morgan não responde, apenas tira a mão da mesa, por um segundo, logo depois ela usa as mãos para se impulsionar e se senta na mesa, suas pernas estão envolta da minha cintura.

- ah merda, senti tanta falta disso - ela sussurra.

Tenho vontade de beija-lá, mas sei que não devo.

antes que eu possa aproveitar a sensação, minhas mãos são presas por uma algema, tento olhar para Morgan mas ela não me olha, seus olhos fitam o meu peito.

Empresário imprevisível - livro 3 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora