Capítulo 61

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Matheo Mendonça

Chego na casa do pai da Morgan e me deparo com um cenário completamente fora do normal, a casa está praticamente toda destruída, basicamente encontro cinzas e vejo alguns dos capangas correndo, tentando salvar o que podem e as próprias vidas.

Acho que de tudo... eu não esperava ver isso na verdade, ouvi o Leandro contando para o Meyer que encontrou com a Morgan na casa do Paul, pelo que eu entendi - minha bela curiosidade por trás da porta - o Leandro estava de alguma forma trabalhando para o Paul.

Mas ele estava fazendo isso porque o Meyer tinha mandado.

Vou começar a reparar em quem trabalha para mim, não que eu faça algo muito fora da lei, mas não quero pessoas infiltradas na minha vida pessoal.

De inxeridos, já me basta a minha família.

Assim que um capanga me vê, ele se aproxima enquanto fala no rádio, ele me parece um pouco estranho, mas acho que deve ser a fuligem do incêndio.

- para onde você pensa que vai, garoto? - o homem fala.

Sei que não deveria aumentar meu ego, mas faz muito tempo desde que me chamaram assim e agora estou me sentindo 15 anos mais jovem, dou até um sorriso torto para ele.

Mas sério, não sou velho, acho que só estou desvalorizado, as pessoas tem que começar a me elogiar mais, tipo, ainda sou novo e tenho tudo em cima... mas acho que isso não é uma boa, com a mulher que eu tenho, ela vai acabar matando qualquer um que chegar perto para me elogiar, ainda mais com os hormônios da gravidez... isso se ela realmente continuar comigo... nossa, espero mesmo que ela não me largue.

O homem assume ainda mais a pose de bombadão e parece aqueles caras que acabaram de sair da academia.

Se ele sobreviver no final de tudo, o quero trabalhando para mim, preciso de pessoas divertidas trabalhando para mim.

Ele é alto e engraçando, acho que deve ser a forma como ele anda, os pés dele são inclinados para fora, então ele anda igual a o hulk.

- quero falar com o Paul - digo arrumando a minha postura para parecer um filho da puta da máfia.

Novamente, não que eu não seja.

Dou uma piscadela interna, acompanhada obviamente de um sorriso, sou realmente encantador.

O homem endireita a postura, mas não deixar de ser engraçadinho, ele leva o celular até a orelha e fala com alguém, que eu acredito estar lá dentro, ou até mesmo acompanhado do próprio capeta.

- seu nome? - ele pergunta, mas a essa altura o Paul já deve saber que sou eu, ele deve ter pego alguma câmera de segurança da redondeza, não é porque a sua casa pegou fogo, que ele vai ficar esperando o ataque, eu pelo menos, estou tentando entrar pela porta da frente, se ainda houver alguma porta da frente.

- Matheo Mendonça.

Eu até que estou calmo, depois de saber tudo que o Paul fez com a Morgan, eu deveria no mínimo estar entrando aqui armado até os dentes e pronto para fazer esse homem conhecer o capeta de perto, porque tenho certeza que esse apelido não faz jus a ele, eu posso ser bem pior que ele, ainda mais quando envolve a minha mulher.

- siga-me - o homem diz, aproveito para olhar o cenário de destruição, gostaria muito de ter sido eu mesmo a colocar fogo aqui, mas pelo visto alguém chegou antes.

Antes mesmo de entrar no que restou da casa, sinto a minha energia pesar, mas não consigo pensar em nada além de voltar para casa com a minha mulher e a Madrid, parece que eu estou a séculos longe de casa.

Empresário imprevisível - livro 3 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora