Meyer Gravino
Odeio ficar sem saber oque está acontecendo, as pessoas acham que eu vou mesmo, esperar elas me contarem, seus passados? Definitivamente não, tudo foi um disfarce, não tenho uma empresa estável legalmente, nem preciso de uma advogada, - não por agora - nem quero levar Morgan para cama.
A menos que ela queira.
Mas oque ninguém sabe, é que eu tenho uma equipe de investigadores. Porra! Eu fico sabendo de tudo, antes da polícia e ainda tem gente que dúvida de um mafioso italiano, a quantidade de pessoas que morreram nas minhas mãos, depois de soltar a frase "você não pode me matar, você vai preso!". As pessoas mundanas, são as mais engraçadas.
- temo que fazer alguma coisa, a MLD pode ser rastreável - Leandro poderia ser o melhor dos meus homens, mas ele se preocupa demais, não é a primeira vez que escuto isso, a minha droga é a mais vendida, as pessoas querem o máximo de êxtase, sem alcançarem a morte, nem todo mundo quer morrer. Bom, nem todo mundo se coloca em risco de morte.
Reviro os olhos, estou enrolando enquanto Marina não me liga, tentei falar com a Morgan, mas ela não me atendeu, mas o meu interesse por ela ainda não foi exposto, por isso que ela acha que está tudo bem, mas eu não colocaria os meus homens, na sua cola, atoa.
Eu sabia que ela iria sair - ela mesma havia me contado, - mas não esperava que fosse justamente para o restaurante que o Paul, amava.
- a MLD, não vai ser rastreada e se for, a gente tira o traficante da prisão e coloca outro mais inteligente. Isso é a coisa mais simples e mais comum que fazemos, você já deveria estar acostumado com tal ato.
Não sou muito de odiar alguém e deixar essa pessoa viver, mas tenho que fazer isso, por pelo menos, mais alguns dias, já que eu não posso simplesmente, meter uma bala na cabeça do pai da Morgan, o cara é um desgraçado, tenho algumas coisas para compartilhar com a Morgan. Em breve, em breve.
Meu celular ascende e vibra, faço um sinal para Leandro sair, logo depois que a porta se fecha, abro o computador, exibindo as câmeras, que ninguém sabe onde ficam, nem sabem da existência, o que é melhor para mim na verdade.
- Marina - digo como forma de cumprimento.
- Meyer, - ela ainda está com raiva de mim, mas não posso reclamar, eu meio que fiz por merecer, é isso que dá quando você resolve instalar câmeras escondidas por toda a casa e acaba pegando seu melhor homem, fodendo a sua irmã - sua querida protegida, apanhou feio.
Aperto o celular na orelha, sinto meu peito apertar.
- ela não quer fazer queixa, nem me falou quem foi que fez aquilo, pela forma preocupada que o Matheo reagiu, eu diria que foi ele, mas logo depois ele a defendeu de um homem estranho e engomadinho.
Para ser sincero, eu já sabia que ela não faria nada disso, afinal ela nunca fez e oportunidades, não faltaram.
Morgan não precisaria me contar, para que eu soubesse que foi o seu maldito pai, que encostou nela.
- onde ela está agora? - pergunto entredentes, tentando conter minha raiva.
- bem aqui, ao meu lado.
- passe para ela - ordeno, com dificuldade de respirar.
Ouço um suspiro, então escuto a voz da Marina, chamando a Morgan algumas vezes, então um bocejo... vejo uma movimentação estranha na câmera, o portão da entrada está aberto, mas não tem ninguém em um raio de 3 quilômetros.
- Meyer - suave como uma nuvem, Morgan está com uma voz um pouco rouca, mas ainda consegue fazer cócegas no meu ouvido.
- venha para casa - digo.
- e então oque? - silêncio - Então você vai finalmente me ter na sua cama?
Tensiono o corpo, ela não pode achar que é isso.
- Morgan... aqui você estará segura.
- ele não vai tocar em mim, não vamos mais nos ver.
Ele sempre dá um jeito, tenho certeza que ela não sabe no que ele anda envolvido, e eu espero que ele nunca a tenha usado como moeda de trocar, mesmo depois de ver todo tipo de atrocidade, ainda fico surpreso por homens como Paul Davis, emprestando a própria mulher a um sócio, apenas para selar a porra de um acordo.
Isso é mais comum do que parece, o marido coloca um remédio para esposa e oferece para o sócio uma transa com uma mulher dopada, como forma de comprovar que o acordo é sério. Isso é a porra de um estupro.
- eu não estou pedindo, Morgan - assim que termino de falar, escuto um tiro, olho novamente para a câmera do portão, ele está se fechando... não, não, não, ele está caindo, tem alguém tentando invadir a minha fortaleza! Filhos da puta.
Vejo no computador que Leandro está sozinho na linha de frente, com mais dois homens, coloco o celular no viva-voz, enquanto pego uma M4, miro no tanque de gasolina do carro que está passando pelo portão e acerto em cheio, causando uma pequena explosão, Leandro pode cuidar do resto.
Volto para a mesa, vendo que a ligação foi encerrada, mas vejo uma mensagem da Marina.
[Marina Meyer] A Morgan quis voltar para casa, o livre arbítrio existe para ela, então estou levando-a de volta para o casulo do Matheo.
Sinto tanta raiva, que jogo o celular na parede, odeio quando Marina me desobedece, e ela sabe que odeio ser desobedecido, ela poderia facilmente apagar a Morgan e trazê-la para cá, mas Morgan me odiaria. Escolha certa, maninha.
- fomos invadidos! - Leandro berra pelo rádio - invasão controlada, seus putos!
Risos ecoam pelo rádio, antes que eu também o mande pelos ares, volto para a mesa, olhando para a tela do computador, bem a tempo de ver o Lucca, ele é amigo da Marina e trabalha para a Vitória White, oque ele está fazendo na minha casa, quando minha irmã não está?
Antes que eu tome uma atitude, uma ligação me interrompe, mas não é o meu celular, é o celular preto, oque significa que é alguém italiano, esses porras, não sabem mandar mensagens? Estou cansado de receber ligações, para me obrigarem a colocar não sei quem em um túmulo, por cuspir na calçada que eles consideram sagradas.
- sto escoltando - falo em italiano o bom e velho "estou ouvindo".
- ti ho preso una moglie - arrumei uma esposa para você, minha nonna fala, sem nem me cumprimentar, acho que esse é o seu cumprimento mais formal.
É definitivamente, oque eu preciso, eu não vou conversar sobre isso com a minha nonna.
- nonna ascoltami un attimo - peço para que ela me escute, mas ela me ignora, antes de começar a falar em inglês, com um jeito predominante italiano
Então ela finalmente volta a falar o bom e velho inglês:
- você vai casar, mas não precisa amar a mulher, ela vai ser de uma família boa e vai ser responsável por gerar seus filhos, você pode transar com qualquer uma e depois se liberar dentro da sua esposa.
Não consigo impedir a careta que toma conta do meu rosto, sou insensível, mas não a esse ponto, que coisa mais nojenta.
- ou então você pode foder a sua mulher uma vez ao mês e vê se ela engravida, tenho certeza que ela é linda.
- tem certeza? Então não a conhece?
- não, mas sua reputação é esplêndida.
- não vou discutir minha vida sexual com você, e nem adianta vir com essa de me casar, quando o padrinho mandar, aí sim, eu caso.
Desligo antes que ela possa falar mais alguma coisa, olho para câmera do corredor e vejo Marina contra a parede, com Leandro a prendendo.
Era só o que me faltava nessa porra dessa casa.
Ando até a porta, abrindo-a, mais rápido do que eles poderiam perceber e os encaro, Leandro assume a postura rígida, já Marina apenas sorri, com um sorriso felino, gêmeo ao meu, desgraçada, indico minha sala com a cabeça e ela passa por mim.
- não tenho nada a relatar.
Mas. Que. Porra.
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Empresário imprevisível - livro 3 da série: Os Mendonça
RomanceMorgan finalmente mostrará como é difícil ser livre em uma sociedade opressora, com o coração cheio de cicatrizes, ela voltará para o jogo do amor, mas não exatamente com quem ela deseja, muito menos com quem ela espera. Lidar com os pais nunca pare...