24 * Tulip, casamentos e Elise

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— Isy, você vai amar a família do Sam! — Eleanor disse animada, quando ela, Nathan e Daisy desceram as escadas naquele fim de tarde.

— Não vejo a hora de conhecê-los, vocês falam tão bem deles. — A lady sorriu. — Mas eu preciso dizer uma coisa que está me surpreendendo: o Nate não teve nenhuma discussão com o Theodore, desde que eles chegaram! Acho que o verão vai começar no meio do inverno, de tão estranho que isso é.

O rei revirou os olhos diante do comentário.

— Ah, ele está fazendo isso desde que se converteu — Ellen respondeu —, todas as vezes que precisa estar no mesmo ambiente que nosso primo o ignora totalmente. Porém, eu ainda acho que ele tem que falar com o Theodore.

— Como assim? E romper com a paz mundial? — Daisy arregalou os olhos.

— Ela acha que eu preciso ser simpático com ele, aí sim terei chegado ao alvo. — Nathan soltou o ar. — Você concorda comigo que já é demais, certo, Isy?

— Bom... — A moça pensou um pouco, refletindo sobre os dois lados. — Ignorar uma pessoa não parece muito gentil, talvez devesse mesmo tentar conversar, fazer as pazes.

— Fazer as pazes? Está bem, eu sou bem humano, caso não saibam, isso vai além das minhas forças. — Balançou a cabeça em negação.

— Que tal pedir forças a Quem pode lhe dar, hein? Tenho certeza que agradaria mais a Deus se ficassem em paz, não precisando ser supervisionados para ter certeza que não vão se matar. — A princesa arqueou uma sobrancelha, fazendo o irmão resmungar.

— Isso foi golpe baixo...

— É a pura verdade, não adianta jogar o problema para debaixo do tapete, Nathan, vocês dois tem coisas para acertar. Deveria pedir perdão a ele por todas as atitudes rudes dos últimos tempos.

— Rudes? Eu não tenho culpa se ele é um idiota.

— Mas você já o provocou muitas vezes também, e disse coisas bem ruins.

— É — Daisy foi obrigada a concordar com a amiga —, melhor dar um jeito nisso de uma vez, irá ser uma bênção ter um clima de tranquilidade quando a família estiver reunida.

Nathan estava bastante incomodado só de pensar em falar com o primo, ainda mais pedir desculpas! Quis muito contra-argumentar, mas seria inútil, sabia que as duas estavam certas.

Suspirou, entrando em um estado de rendição.

— Vou tentar, mesmo. — Forçou um sorriso.

— Ei, cadê a Scarlett? Ela já deveria ter descido. — Ellen franziu o cenho, encarando o irmão quando se sentaram na sala para esperar os convidados.

— Não faço ideia, acha melhor ir chamá-la? — ele perguntou.

— Não vai precisar — Daisy disse num tom de voz baixo, os olhos fixos na mulher.

De onde os três estavam, conseguiam ver com clareza a escada, por onde a princesa descia de forma graciosa, impecavelmente arrumada.

Isy pensou que nunca a tinha visto tão bonita em todos os dias que estavam juntas sob aquele teto. A moça trajava um vestido volumoso, num tom de azul claro e com detalhes prateados, além de algumas joias. Os cachos longos estavam meio presos, caindo pelos ombros e costas dela.

— Melhor limpar a baba, Nate. — Sua irmã lhe cutucou.

Sem raciocinar direito, o rapaz passou a mão pela boca, fazendo-a rir e o tirar do transe.

— O quê? — Virou-se para ela.

— Você, olhando para a Sky igual um bobo.

— Eu só fiquei surpreso, nada demais. — Comprimiu os lábios, voltando a olhar para a princesa e se perguntando por que raios ela estava tão... daquele jeito.

Amor, coroas e papelOnde histórias criam vida. Descubra agora