{31} Dependência e Idolatria

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Era uma manhã ensolarada de verão quando Daisy segurou seu vestido, levantando um pouco a barra, e desceu os degraus da entrada de sua casa correndo.

— Agatha! Annelise! — cumprimentou, alcançando as irmãs assim que saíram da carruagem com suas famílias.

— Isy! — Agatha, a mais velha, foi a primeira a abraçar a moça, enchendo suas bochechas de beijos.

— Que pegajosa! — reclamou, mas sem esconder o riso.

— Desde quando você se importa com demonstração de carinho? Você é pior que ela. — Annelise estreitou os olhos, abraçando a irmã também.

— É o convívio com o Nathan. — A voz de Vicent as alcançou.

— Ah, o príncipe, de quem você não para de falar, seja em cartas ou pessoalmente. — Agatha comprimiu os lábios, olhando-a com curiosidade. — Vamos vê-lo?

— Sim! Eu o chamei para almoçar hoje, vocês vão amar o Nate, tenho certeza.

Daisy cumprimentou os cunhados e abraçou os sobrinhos com vários beijos pegajosos para as crianças tentarem fugir.

O grupo entrou em casa e pelas próximas horas mataram a saudade depois de longos meses sem se verem.

— Titia, eu tenho uma coisa pra você. — A pequena Julie estendeu uma caixa em frente ao corpo, com os olhos brilhando pela empolgação.

Isy pegou o presente e o abriu, revelando uma fita azul cuidadosamente dobrada.

— Tá vendo as florzinhas? Eu mesma bordei. — Apontou para as delicadas margaridas brancas no tecido.

— Sozinha? — Annelise ergueu uma sobrancelha para a filha.

— A mamãe ajudou, mas só um pouquinho.

— É lindo, Ju, vou usar hoje mesmo. — Daisy sorriu para a garota. — Muito obrigada.

A hora de se arrumarem para o almoço chegou e logo todos estavam em seus aposentos.

Dora ajudou Daisy a se arrumar naquele dia, fazendo uma bela trança no cabelo acobreado e prendendo a fita azul na ponta. Em seguida a ajudou a colocar o vestido de mesma cor.

— Já está vestida? Posso entrar? — Agatha deu algumas batidas na porta e esperou autorizarem sua entrada. — Uau, você está linda, irmãzinha.

— Obrigada! Vocês também. — Sorriu para ela e para o sobrinho. — Como você cresceu, Liam.

— Já disse isso, tia — o menino resmungou.

— Digo de novo, e se reclamar apertos suas bochechas. — Isy deu alguns passos para frente, ameaçando o garoto que saiu correndo porta a fora. — Aff, ninguém gosta dos meus apertos.

— Parece que ainda está igual, apesar de ter mudado tanto por fora. — Agatha sorriu. — Pensei que o príncipe tinha te mudado mesmo.

— É mais fácil ela o mudar. — Dora riu, conhecendo a dupla.

— Isso deu mesmo certo, não é? Não esperava que ainda fossem amigos a essa altura — dirigiu-se à senhora.

— É, pessoas muito diferentes também podem ser amigas, não tem como negar isso diante desses dois.

— Bom, o Nate me ajudou a amadurecer e eu o ensinei a se soltar um pouco mais. Damos certo. — A lady deu um meio sorriso e suas bochechas rosadas não passaram despercebidas aos olhos atentos da irmã. — Agora é melhor descermos, já está quase na hora.

Amor, coroas e papelOnde histórias criam vida. Descubra agora