{36} Resfriado e Ilusão

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A Daisy vai ficar muito feliz em te ver. — Dora sorriu para Nathan. — Ela já estava sentindo sua falta.

O rapaz desviou a atenção da gata bem acomodada em seu colo e encarou a senhora.

— Foram só alguns meses, não é para tanto. — Deu de ombros. — Mas vindo da Isy, não me surpreendo, ela é um pouco sentimental demais.

— E você é o completo oposto, não sei como se aguentam. — Dora riu.

— Até hoje eu tento entender, porém acho que é o tempo de convívio. Praticamente fomos criados juntos, o que nos obrigou pouco a pouco a se acostumar com as diferenças. É mais ou menos isso que acontece com os irmãos, não é? Aprendem a se tolerar. — Sorriu, lembrando de Eleanor.

A senhora assentiu.

— Vai deixar ela dormir a manhã inteira? — Nathan olhou as horas.

— Está com pressa?

— Não, não é isso. Só não entendo como as pessoas conseguem dormir tanto.

— Dê um desconto, ela mal dormiu a noite. — A mulher se levantou, chamando o príncipe para lhe seguir.

— Está tão mal assim? — Nathan franziu a testa, começando a se preocupar com a amiga.

— É um resfriado forte, disse que ela não devia sair sem casaco, mas conhece aquela teimosa.

Os dois passaram na cozinha e Dora arrumou uma bandeja com o café da manhã da lady, seguindo para o quarto dela em seguida, com o rapaz em seu encalço.

Uma sequência de espirros lhes revelou que a moça já estava acordada.

— Isy querida, posso entrar?

— Pode. — Uma voz rouca respondeu.

— Eu trouxe alguém que quer te ver. — A mulher entrou no quarto, seguida por Nathan.

— Hyeon! — Daisy arregalou os olhos.

Sem pensar duas vezes, a moça se cobriu completamente, envergonhada pelos cabelos bagunçados e nariz vermelho.

— Pare de drama, já te vi pior — ele brincou, se aproximando da cama, mas ela não se moveu. — Vamos lá, Isy, eu vim para ver você, não um lençol.

— Eu estou horrível — resmungou, abaixando o tecido de forma lenta.

— É, não dá para negar. — Ele apertou os lábios, contendo o riso.

— Veio zombar de mim? — O rosto dela começou a esquentar.

— Estou brincando, você sabe.

— Só te perdoo por que estava com saudades. — Retornou a seu humor habitual, sorrindo para o rapaz. — Deixa eu te dar um abraço.

Nathan se aproximou mais, a contragosto, permitindo que lhe apertasse por alguns segundos.

— Foram meses muito chatos sem sua presença — ela confessou quando se afastaram. — Sentiu saudades também?

— Nem tive tempo de pensar em nada, só queria fazer tudo certo. — Deu de ombros, se acomodando em uma poltrona.

— Ah. — A moça murchou, encarando as mãos.

— Mas — Nathan percebeu e tratou de melhorar a situação —, fiquei imaginando que você iria amar Dalius. É muito bonito e tem flores por todo canto. Até trouxe uma para sua coleção.

Amor, coroas e papelOnde histórias criam vida. Descubra agora