7 * Não seja tão lenta, Isy!

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Daisy colocou o último vestido na mala e a fechou, puxando o ar na tentativa de acalmar as batidas aceleradas do coração.

Seu pai já havia viajado naquela manhã e era a vez dela ir também.

— Vou sentir sua falta — Belle confessou, enlaçando a amiga em um abraço lateral.

— Eu também, mas não se esqueça que foi você mesma que me incentivou a ir. — Piscou para ela.

— E não mudei de opinião — sorriu, quicando os ombros e fazendo seus cachos dourados acompanharem o movimento —, quem sabe eu ganho um passe para ir ao castelo também?

— Interesseira! — Daisy acusou, fazendo Belle gargalhar de modo a contagiá-la.

— Vá logo, antes que se atrase. — Enxugando algumas lágrimas pelo riso, empurrou a amiga para fora.

Antes de ir, Daisy passou na ala dos empregados e se despediu, deixando alguns avisos para o período de ausência da mesma.

Deu um último abraço em Isabelle ao chegar do lado de fora e em seguida subiu na carruagem, sentando-se ao lado de Sarah, a qual tinha como uma de suas funções arrumar a moça e fora encarregada de acompanhá-la naqueles dias. Já instalada, acenou para a amiga e observou sua casa ficando para trás.

Ao encostar a cabeça na janela, a paisagem repleta de árvores foi passando e sua mente começou a criar hipóteses de como seriam aqueles dias. Algumas eram animadoras, outras nem tanto.

Conhecendo bem seu coração, pegou a Bíblia e se dedicou à leitura, era uma forma maravilhosa de evitar a ansiedade.

Deleitou-se na Palavra durante todo o percurso, até sentir o veículo diminuir a velocidade e enfim parar.

Lá fora, Nathan a esperava prontamente, ao lado de sua família.

"Deus, ajuda-me" — pediu, apertando a alça da mala.

— Bem vinda. — Nate sorriu, a ajudando a descer da carruagem.

— Obrigada. — Passou as mãos suadas no vestido, assim que um dos empregados tomou sua bagagem, e observou Sarah segui-lo a fim de se instalar na ala dos empregados.

A moça foi cumprimentada com carinho por todos os moradores da casa, trazendo uma sensação de aconchego para seu interior.

Seguiu os anfitriões para dentro, enquanto observava o lugar com mais atenção que da última vez que estivera ali, no jantar.

Era realmente lindo, os anos sufocaram um pouco de suas lembranças dali e agora era como se as acendesse outra vez. As cores claras das paredes entravam em contraste com os detalhes dourados das molduras dos diversos quadros, móveis de mogno eram esculpidos nos mínimos detalhes e os objetos de decoração recheados de bom gosto.

Daisy admirava as flores nos vasos com arabescos pintados quando sentiu uma mão tocar seu ombro.

— Vem, vou lhe mostrar seu quarto.

Olhou ao redor e percebeu que só havia Nathan e ela no cômodo. Assentiu, apertando as mãos na frente do corpo e seguindo o rapaz.

Um sorriso escapou de seu rosto ao ver o longo lance de escadas que levava ao andar superior.

Lembranças invadiram sua mente de imediato.

— Ei, Nate! Tenha dó de mim e espere um pouco. — Inclicou o corpo para frente, apoiando-se no corrimão brilhante.

— Não seja tão lenta, Isy! — ele gritou de volta.

— O problema é você, parece ter comido um pote de açúcar. — Deu mais dois passos escada à cima e parou outra vez.

Amor, coroas e papelOnde histórias criam vida. Descubra agora