Nathan encarou sua professora, tentando não se desesperar.
— A senhorita tem certeza? Talvez seja melhor revisar mais uma vez, pode ter perdido alguma nota ou... — parou, procurando uma opção convincente, mas não encontrando. — Ah! Não sei, mas alguma coisa está errada.
— Alteza, eu já tinha somado tudo em casa, na maior calma que possa imaginar, e não tem outro resultado, sua média final é oito. Deveria estar contente, foi uma aprovação! — A mulher sorriu.
— Uma aprovação? — Uma risada nervosa escapou dos seus lábios.
— Olha, todas as suas notas foram acima da média e ainda tirou mais de um dez nas avaliações individuais, para mim, você foi excelente.
— Um oito não excelente, srta. Yamazaki. É mediano, eu não posso ser mediano. — Passou as mãos pelo rosto. — Meu pai vai me matar, dessa vez eu tenho certeza disso.
— Por favor, sei que o rei é exigente, mas está exagerando a situação, mantenha a calma e vai dar tudo certo.
O rapaz balançou a cabeça, desistindo de lhe explicar a realidade. Seu pai tinha sido claro quando disse que ele deveria tirar no mínimo uma nota decente, era seu fim mesmo.
— Bom, se anime um pouco, as aulas acabaram, nada mais de matérias chatas e nem dessa professora aqui.
Nathan desviou a atenção da sua frustração por um instante.
— Eu tinha esquecido de que não vou mais te ver! A senhorita era a melhor parte dos estudos. — Conseguiu sorrir para ela. — Pelo menos não foi de todo um fracasso.
A professora comprimiu os lábios, sentindo empatia pelo garoto.
— Você tem um futuro maravilhoso, alteza, tenho certeza que não vai fracassar, é um rapaz inteligente e proativo, Salun vai ter um rei excelente! — disse com convicção. — E nem venha com essa conversa de que é mediano, para reinar é necessário mais que conhecimento vindo dos livros, tem a ver com seu coração também. Virtudes são mais importantes e percebo muitas em você.
— Tudo bem. — Forçou um sorriso.
— Bom, preciso deixar seu relatório com seu pai e já vou embora. — A mulher pegou suas coisas sobre a mesa e se encaminhou para a saída.
Nathan olhou ao redor, procurando uma alternativa para se livrar da bronca do pai.
— Ei! — Apressou o passo até alcançá-la. --- Não precisa fazer todo esse percurso até a sala do meu pai, eu mesmo entrego.
— Eu tenho cara de burra, menino? — Usou sua expressão de professora. — Sei que vai jogar isso no lixo assim que eu virar as costas.
— Eu faço qualquer coisa que a senhorita quiser, só pedir. — Juntou as mãos em frente ao rosto.
— Está tentando me subornar? Acho que vou abaixar sua nota, parece que te ensinei as leis em vão! — Cruzou os braços, séria.
— Desculpe, só estou meio desesperado. — Abaixou a cabeça.
— Precisa aceitar seu resultado, não há nada que o mudará. Mas... — Aquela mínima sentença fez o príncipe levantar o rosto. — Que tal pensar em um bom discurso para se defender? É o que eu faria no seu lugar.
— Acha que vai adiantar algo? — indagou em dúvida.
— Ficar se lamentando e tentando subornar a professora é que não dará em nada. — Ela arqueou a sobrancelha.
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Amor, coroas e papel
Spiritüel"Série Redenção: Livro 2" De coisas quebradas pode vir algo muito bom. A vida do príncipe Nathan mudou completamente e agora ele precisa se adaptar ao título de rei de Salun. Enquanto cresce no Caminho do Senhor, o rapaz lida com as responsabilidade...