Epílogo

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Os passos inquietos de Nathan eram ouvidos por toda a sala. Sua mente oscilava entre preocupação, ansiedade e alegria.

Haviam se passado mais de dois anos desde seu casamento com Daisy. Dias cercados por momentos bons, mas também pincelados de tempos escuros, como acontecia com todo ser humano.

Entretanto, aquele dia específico lhe parecia extremamente brilhante, mesmo com o nervosismo que não lhe abandonava.

— Vai fazer um buraco no piso, tio. — Lily levantou do chão, deixando os brinquedos que compartilhava com o irmão e pedindo colo ao homem ansioso.

Nathan a pegou e apertou contra si, na tentativa de acalmar o coração. 

— Você está mais pesada que uns três sacos de batata, sabia? — Observou a expressão de desgosto da menina. Às vezes não acreditava que sua pequena já beirava os seis anos.

— Tá aproveitando que a tia Isy não pode me defender, né? — Fez uma careta para ele. — Mas depois que meu priminho ou priminha nascer, vamos ser três contra um.

— Você acha que é um menino ou uma menina? — Nathan sorriu.

— Menina! Já basta o James. — Apontou para a criança de quase dois anos, que a olhou ao ouvir seu nome. Era uma cópia de Samuel, com alguns traços da mãe. — Meninos são chatos.

— Lily... — Eleanor estreitou os olhos.

— Mas eu te amo, Jay, tá? — Exibiu um sorriso com janelinhas para o irmão, fazendo a mãe sorrir.

Nathan devolveu a menina para o chão, onde ela voltou para perto de James.

— Não acham que está demorando demais? — O rei esfregou as mãos na calça.

— É normal, só precisa de um pouco de paciência — Samuel respondeu. 

— Paciente não é o adjetivo que usaria para te definir quando seus filhos nasceram. — Nate arqueou uma sobrancelha. 

O homem deu um sorriso forçado, sem argumentos para se defender. 

— Vai ficar tudo bem, querido, às vezes demora mesmo. — Mina segurou sua mão, tentando lhe tranquilizar. — Vocês esperaram bastante por esse dia, só mais algum tempo e vai poder segurar seu filho ou filha.

Nathan soltou o ar, sentando ao lado da mãe e tentando se acalmar. Só conseguia pedir a Deus que corresse tudo bem.

Descansou a cabeça no encosto do sofá, fechando os olhos e deixando a mente vagar. Por algumas vezes ele e a esposa temeram que aquele dia nunca chegasse e a espera era cheia de incertezas. Mas, graciosamente, tiveram seus corações tranquilizados pela confiança na soberania e cuidado de Deus, sempre presentes em suas vidas.

Ele esboçou um sorriso sutil ao se imaginar segurando o bebê que nunca havia visto, mas já amava mais do que poderia descrever.

Seus pensamentos foram deixados de lado quando ouviu um choro forte preencher o palácio. Abriu os olhos e encarou sua família, que estavam tão eufóricos quanto ele.

O som durou alguns segundos e então houve uma pausa que pareceu durar uma eternidade, até o barulho aguardado voltar a ser ouvido.

Nathan levantou no mesmo instante que a parteira encontrou no cômodo. 

— Pode me acompanhar, majestade. — O sorriso largo da mulher o trouxe certa tranquilidade.

— Eles estão bem? — Se juntou a ela e conseguiu fazer a pergunta entalada na garganta, enquanto subiam as escadas.

— Estão, e a rainha também.

Por alguns segundos ele não entendeu a frase, mas qualquer dúvida se dissipou ao parar na porta do quarto. 

Amor, coroas e papelOnde histórias criam vida. Descubra agora