{41} Amor e Cacos

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Isso é uma péssima ideia! — Isabelle levantou de seu lugar, em choque. — Daisy Mary Thomas, você não vai fazer isso.

— Vou sim. — Isy prendeu seu precioso colar, tocando no pingente de flor e lembrando instantaneamente do dia que o ganhou, um presente do amigo que não parava de povoar seus pensamentos.

— Isy, vamos com calma, que tal repensar e...

— Qual o problema, hein? Está parecendo a Agatha com aquela conversa esquisita. Não me diga que pensa igual?

— Sim, penso exatamente igual. Precisa tomar cuidado para não se machucar. — A loira deu alguns passos em direção a amiga. — Espere o Nathan falar com você, o que acha?

— Não quero esperar. — Balançou a cabeça. — Qual o problema de dizer a ele o que sinto?

— Por que é ele quem precisa tomar a iniciativa, imagina quão ferida vai sair disso se for rejeitada? — Isabelle segurou os ombros da moça tão querida para ela.

— Isso é bobagem, não vai ser assim. — Abanou a mão no ar.

— Está bem, vamos imaginar que ele diga que sente o mesmo, que tipo de homem é esse que não tem coragem de expor seus sentimentos e lhe propor um compromisso? E pelo que eu conheço do príncipe, covardia não parece ser o caso dele, ou estou enganada?

— É claro que não. — Daisy abaixou o olhar por um segundo. — Ele pode não saber como dizer.

Belle soltou o ar, pensando como persuadir a amiga cega pela paixão.

— Ouça-me, Isy, sabe que te amo e não te pediria para desistir disso se fosse algo bom.

A lady ergueu a cabeça, encontrando os olhos desesperados da amiga.

— Tenho que ir. — Afastou-se, caminhando até a porta do quarto.

— Pelo amor de Deus, o que está acontecendo com você? — Ficou entre ela e a saída. — Por favor...

— Já tomei uma decisão, pode aceitar e me deixar em paz? — Desviou da loira e deixou o cômodo.

— Ah, meu Deus, tenha piedade. — Belle suspirou, seguindo a moça para fora da casa.

A loira passou pela amiga e foi embora, orando para que nada do que sua mente imaginara se tornasse real.

— Por que elas tem que ser tão exageradas? — Daisy se perguntou, o olhar perdido nas árvores que passavam do lado de fora da carruagem. — Vai dar certo.

Foi o caminho inteiro repassando o que queria dizer, mas duvidava que lembrasse de tudo na hora.

Desceu no Palácio e logo estava seguindo pelos corredores estranhamente longos naquela ocasião.

— Pode entrar. — Ouviu, após dar algumas batidas na porta do escritório de Nathan. Adentrou o cômodo. — Ah, oi, Isy! Não esperava te ver.

— É, quis fazer uma surpresa. — Ela riu, tentando não ficar nervosa. — Está muito ocupado?

— Um pouco. — Fez uma careta. — É urgente?

Analisou o caso. Se não falasse naquela ocasião, provavelmente não teria mais coragem.

— Sim, é urgente.

— Então sente-se e me conte. — Indicou a cadeira a sua frente.

— Pode não ser assim? Parece que quero tratar de negócios — brincou.

Amor, coroas e papelOnde histórias criam vida. Descubra agora