— Minha querida amiga, ouça meu conselho e vá embora.
Daisy entrelaçou os dedos sobre o colo, cruzando as pernas e ignorando totalmente a sugestão de Nathan.
— Sua mãe me convidou para almoçar, não vou ir embora de jeito nenhum.
— Olhe bem, Isy, eu não estou exagerando quando digo que meu primo é insuportável. Poupe seu tempo e vai fazer algo mais legal, sei lá, catar flores novas para sua coleção, por exemplo. — O rapaz sentou ao lado dela, com uma expressão de súplica que a fez rir.
— Por favor, Hyeon, o Theo não deve ser esse monstro que você descreve.
— Theodore — corrigiu, sério.
— Isso, o Theodore pode até ser chato, mas insuportável parece exagero. — A moça sorriu com tranquilidade. — Vai ser divertido conhecer sua família, não vejo a hora.
— Eu tentei te salvar, mas você é muito teimosa, vai ter que ver com os próprios olhos. — Nathan afundou o rosto nas mãos, frustrado.
Mina, que estava passando em frente a sala, parou ao ver o filho tão agoniado.
— Nate? Qual o problema?
— Ah, mãe, nada demais. — Endireitou-se, forçando um sorriso.
— Isy? — A mulher recorreu à ela.
— Ele está tentando me convencer a ir para casa — ignorou o olhar ferrenho do amigo —, diz que quer me livrar de conhecer o Theodore.
— Nathan! Não acredito nisso. — Mina cruzou os braços.
— Eu estou errado? Esse... — engoliu o xingamento, procurando um adjetivo que não lhe rendesse um tapa da mãe. — Ele é um idiota, não o quero perto da Isy, na verdade, seria um sonho se o Theodore desaparecesse da face da Terra e de brinde levasse os pais.
A rainha primeiro ficou horrorizada com a fala do filho, porém, seria hipócrita se dissesse que nunca quis o mesmo.
— Querido — colocou um sorriso maternal no rosto e se abaixou em frente a ele —, não deixe que eles escureçam seu coração, quem é ruim quer transformar os outros em iguais. A maior forma de lutar contra o mal é fazendo o bem.
— Mas mãe, eles tratam a senhora tão mal, não se importa?
— Já me importei, hoje não mais. — Apertou a mão do garoto. — Prefiro pensar nos meus pais, nos meus outros irmãos e sobrinhos que eu amo e que me amam. A vida fica muito pesada quando olhamos só para as partes ruins. Você não fica feliz em pensar que tantas pessoas maravilhosas vão passar alguns dias conosco?
O príncipe refletiu um pouco nas palavras da mãe, ainda que seu coração doesse de tanta raiva, ele sabia que deveria seguir o conselho dela.
— Sim. — Deu o melhor sorriso que pôde.
— Ótimo! Faça questão de apresentar a parte boa da família para a Daisy, está bem?
— Certo.
— Eles chegaram. — O rei apareceu na sala, fazendo o coração de Nathan se contorcer.
Daisy, percebendo a cara dele, segurou seu braço e sussurrou um "vai ficar tudo bem", torcendo para que ficasse mesmo.
A família real e Daisy saíram para a entrada, a fim de receberem os visitantes. A lady sorriu com sua simpatia natural quando a rainha Amelie se dirigiu a ela.
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Amor, coroas e papel
Spiritual"Série Redenção: Livro 2" De coisas quebradas pode vir algo muito bom. A vida do príncipe Nathan mudou completamente e agora ele precisa se adaptar ao título de rei de Salun. Enquanto cresce no Caminho do Senhor, o rapaz lida com as responsabilidade...