Capítulo 1 - Outono em Nova Iorque

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Ólá, pessoal. Uma nova história se inicia aqui. Espero que possam lê-la e deixar seu feedback. Eu a ofereço  a todas as minhas leitoras que têm me dado suporte a cada novo projeto meu, e espero que me apoiem nesse também. Beijos, Rosana.


ANNE

O outono em Nova Iorque era incrível. As árvores mudavam drasticamente de cor, enquanto suas folhas se amontoavam nas ruas, dando à cidade um colorido alegre e diferente. As temperaturas começavam a baixar lentamente, iniciando-se assim climas mais amenos e incentivando atividades fora de casa.

Estavam em meados de outubro, e mesmo faltando dois meses para o Natal, Anne já se sentia imensamente animada. Aquele era o período que ela amava, e pensar que logo começaria a enfeitar sua pequena livraria com todos aqueles ornamentos de sua infância lhe trazia um conforto particular.

Andando pelas ruas, indo em direção ao trabalho, ela se lembrava como os pais costumavam fazer um ritual especial em torno das tradições natalinas de sua família. Primeiro, seu pai sempre chegava em casa com uma enorme árvore sobre a qual todos os tipos de adereços eram colocados, e o principal deles ela uma estrela enorme e brilhante que sua mãe fazia questão de amarrar no topo da árvore, depois , todos os presentes comprados eram arrumados com capricho embaixo dela e uma enorme Guirlanda decorativa era posicionada na porta da frente do lado de fora da casa. Além disso, pequenas luzes circulavam o parapeito das janelas, e no jardim um grande presépio era armado, o qual atraía admiradores por todos os lados.

De todas aquelas lembranças, as que realmente faziam Anne sorrir, eram a tardes ajudando sua mãe na cozinha, fazendo biscoitos de gengibre, chocolate quente ou tortas de maçãs que eram as preferidas de seu pai, as reuniões familiares nas quais seus primos e primas vinham de todos os lados do país, tornando aquela data ainda mais festiva, as histórias que sua mãe costumava contar quando se reuniam perto da lareira para espantar o frio e comer pipoca com manteiga derretida por cima.

Era uma pena que sua mãe não quisesse preservar nenhuma dessas tradições, pois com a morte do pai a três anos tudo mudara, e aquela casa onde a felicidade parecia morar em cada canto perdeu sua luz repentinamente, assim como a mãe tinha perdido a vitalidade e seu amor pela vida.

Aceitar que seu companheiro de anos lhe houvesse sido tirado tão repentinamente fez de Bertha Shirley Cuthbert uma mulher depressiva, sem ânimo para mais nada a não ser curtir seu luto trancada dentro de casa, deixando à sua filha de dezessete anos na época, a tarefa de continuar a manter o pequeno empreendimento da família em pleno funcionamento. Com seu coração partido duplamente pelo súbito falecimento de seu pai, e a tristeza da mãe que parecia maior a cada dia, a ruivinha aceitou de bom grado a nova responsabilidade, e vinha desde então com grande eficiência fazendo da livraria um bem rentável, e um grande centro de divertimento para si mesma e para seus visitantes infantis que apareciam para ouvi-la contar suas histórias com sua voz angelical e afinada, e vê-la vestida a caráter como um dos personagens principais.

Anne amava literatura, e fez dela sua graduação na faculdade, e também sua profissão permanente. Quando se formara, ela pretendia ser professora , mas, ao descobrir seu talento para contação de histórias, ela acabara por dedicar seu tempo e todo esforço a esse pequeno prazer que desempenhava todas as quintas e sábados em sua pequena livraria.

Suas performances eram famosas, e muitas vezes Anne se espantava como tantas pessoas a conheciam sem que ela soubesse o nome delas, porém, ela aceitava humildemente essa fama que ganhara sem de fato a desejar, acreditando que herdara esse dom de sua mãe, que desempenhava esse tipo de trabalho muito antes dela. Realmente lhe partia o coração ao ver que Bertha já não se importava nem mesmo com a livraria que tinha sido o seu grande orgulho no passado Era como se a morte do marido tivesse levado com ele a sua melhor parte, e deixado para trás apenas a sombra da mulher alegre e maravilhosa que um dia ela fora.

Anne with an e- All about love and hateOnde histórias criam vida. Descubra agora