Olá, pessoal. outro capítulo de all about. Como sempre, ficou maior do que planejei, me desculpem por isso. Espero que a leitura seja agradável, e vocês me deixem seus votos e comentários. Muito obrigada pelo apoio de sempre. Beijos.
ANNE E GILBERT
A mesa da cozinha estava abarrotada de ingredientes, enquanto os olhos de Anne liam e reliam a receita que resolvera fazer naquele sábado à tarde apenas para ocupar seu tempo e seus pensamentos.
A torta gelada de banana parecia ser simples de fazer, mas, Anne nunca fora muito boa na cozinha, e qualquer ingrediente melhor elaborado parecia escrito em grego para ela . Ainda assim, era um bom passatempo, e uma ótima maneira de gastar energia, principalmente depois que conhecera Gilbert Blythe.
Aquele homem vivia em seus pensamentos sem que ela o desejasse, e já estava ficando preocupada com o fato de que não conseguia começar o dia sem se lembrar daquele sorriso debochado. Ela ainda sentia vergonha da maneira como tinha olhado para o corpo dele na última segunda-feira, como se nunca tivesse visto um homem nu antes. Se Cole tivesse visto a sua cara, com certeza diria que ela estava na seca a muito tempo, e que a culpa era de Roy por sua amiga ter se tornado uma garota sexualmente frustrada.
A verdade era que ela e Roy não namoravam de verdade a meses, por conta das viagens frequentes de negócios dele, e de certa forma ela estava carente mesmo, mas não a ponto de se jogar nos braços do primeiro bonitão que lhe desse atenção. Ela não podia acreditar no que quase fizera na última segunda-feira, pois além de protagonizar uma cena totalmente íntima com Gilbert quando ele estava trocando de roupa para a contação de histórias, ela quase o beijara na cozinha, e aquilo teria sido inadmissível já que tinha namorado.
O problema era que Gilbert conseguia transformar seu cérebro em gelatina quando ele lhe lançava um daqueles olhares cafajestes, e o pior que ao invés de querer sair correndo, pois ela sabia exatamente qual era a intenção de caras assim, ela desejava chegar cada vez mais perto, e justamente por isso não estava se entendendo.
Anne nunca tivera interesse em homens do tipo de Gilbert que colecionavam mulheres como colecionavam álbuns de figurinhas, e pelo que Diana lhe contara, ele nunca ficava com a mesma garota por muito tempo, e Anne não estava a fim de ser mais uma conquista fácil em seu fã clube feminino.
Decidida a não pensar mais nisso, ela tentou concentrar toda a sua atenção na receita que estava fazendo, porque Roy viria vê-la mais tarde, e queria ter algo gostoso para servir a ele, e como ela sabia que seu namorado adorava doces, Anne faria uma tentativa com a receita que estava testando.
Ela se distraiu tanto com o que estava fazendo, que não percebeu sua mãe entrar na cozinha, e observá-la com curiosidade. Bertha prestou atenção em cada gesto seu, e quando Anne colocou todos os ingredientes no liquidificador e começou a misturá-los freneticamente, ela perguntou:
-Filha, algum problema?- Anne se virou, e olhou surpresa para a mãe, pois ela não imaginara que ela sairia do quarto naquele dia. Desde que Anne fora para o trabalho, e depois retornara, Bertha não havia dado sinal de vida, e a ruivinha já estava se perguntando se não deveria bater na porta para se certificar que estava tudo bem, pois Anne tinha receio desses seus súbitos silêncios.
Apesar da depressão profunda na qual se encontrava, sua mãe nunca havia tentado nada estúpido contra a própria vida, mas, Anne sempre tivera o cuidado de não deixar as caixas de remédio controlado que ela tomava por perto, colocando em seu quarto somente a quantidade que ela deveria tomar durante o dia, e também aprendera a manter as gavetas com objetos cortantes da cozinha trancados, deixando garfos e facas de plástico a disposição de sua mãe quando ela precisasse utilizá-los para se alimentar. Às vezes se perguntava se não estava exagerando, mas quando se lembrava que já tinha perdido o pai, pensava que não queria facilitar e deixar que a mesma coisa acontecesse com a mãe.
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Anne with an e- All about love and hate
FanfictionAnne Shirley Cuthbert vivia em seu mundo encantado na grande cidade de Nova Iorque, até que seus sonhos dourados colidiram com o cínico e Dom Juan Gilbert Blythe. Dona de uma pequena livraria no centro da cidade, patrimônio herdado de seus pais, a b...