Capítulo 7- Desejos secretos

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Olá, pessoal. Estou postando mais um capítulo dessa  minha história. Espero de todo meu coração que gostem e me deixem seus votos e comentários, pois eles me ajudam a ter uma ideia do que estão achando da história. Beijos e muito obrigada.

ANNE E GILBERT

Duas semanas haviam se passado desde a noite do jantar, quando Gilbert descobrira uma nova motivação em sua vida além do trabalho. Na verdade, aquilo se tornara uma obsessão, e porque ele estava levando tão a sério algo que nunca realmente lhe importara antes, o rapaz ainda não sabia ou fingia não saber o motivo de uma ruivinha brincar o tempo todo com sua cabeça.

Ele nunca perdera tempo com coisas do coração, e era relativamente bom em colocar outros interesses à frente de seus sentimentos. Como nunca se apaixonara, Gilbert nunca pensava duas vezes em um encontro que tivera, mesmo que a companhia tivesse sido extremamente agradável. Havia sempre muitas coisas girando em sua mente, como um caleidoscópio de compromissos, ideias, e projetos, e por isso, nunca havia espaço para emoções como atração física, paixões platônicas, ou paixonites mesmo que passageiras.

Era lógico que sabia apreciar a beleza de uma mulher, sabia elogiar no momento certo, mandava flores depois de uma noite agradável ou em ocasiões especiais, e mantinha sua agenda pessoal sempre ativa e organizada, porque não queria perder a oportunidade de ter sempre alguém disponível para acompanhá-lo em algum evento ou jantar, deixando bem claro suas intenções, assim não haveria corações partidos ou mal entendidos.

A única vez que tentara levar algo a sério fora com Amanda, mais por influência de seus amigos que diziam que estavam cansados de vê-lo pular de galho em galho, sem nunca assumir um compromisso sério, e assim, Gilbert se deixara levar pela ideia de ter uma companhia fixa, ao invés de estar sempre beijando uma boca diferente a cada semana.

Contudo, após um mês levando uma vida mais centrada em relacionamentos, ele percebera que tinha sido um erro. Amanda não era quem pensara e a imagem que tivera dela de alguém descontraído, leve e de bem com a vida era só uma fachada para esconder a garota carente e pegajosa que era, ou seja, definitivamente não o seu tipo.

Ele gostava de mulheres com ideias próprias, autosuficente, divertidas e com personalidades fortes, que sabiam defender suas opiniões, que não abaixavam a cabeça para um homem, que sabiam o que queriam da vida, e que não tinham medo de se arriscar, que não viviam presas a convenções e se faziam respeitar justamente por serem mulheres que não dependiam de ninguém para mostrar ao mundo quem eram, e sem realmente perceber, ele acabara de descrever Anne Shirley Cuthbert.

Fascinação era pouco para descrever o que sentia em relação a ela. Ele poderia dizer que era atração física ou sexual, pois não era tolo a ponto de não perceber a química entre eles, mas, o que ela provocava nele era algo maior que isso, e ele estava disposto a descobrir, mesmo que tivesse que gastar um tempo considerável até se aproximar dela do jeito que queria. E o primeiro passo, era fazê-la tirar aquele anel de noivado do dedo, pois depois que conhecera Roy Gardner, ele poderia afirmar claramente que ali estava um homem que nunca saberia como tratar uma mulher tão especial como aquela.

Por isso, ele estava usando Jerry como seu informante de peso, e aos poucos, em momentos apropriados, por meio de perguntas sutis, Gilbert ia ficando a par de tudo o que acontecia na vida daquela ruivinha difícil e irresistível.

Ele sabia que ela tinha vinte anos, era formada em literatura, assunto esse que era uma de suas paixões, o que ele já percebera. Assumira a livraria da família aos dezessete, especificamente quando o pai falecera, e tivera que aprender como gerenciar um lugar como aquele rapidamente, já ganhando nesse quesito todo o respeito e admiração de Gilbert. Ela também cuidava da mãe depressiva, fato que para uma garota tão jovem quanto ela não deveria ser fácil de lidar, mas conhecendo um pouco da força do caráter de Anne, ele podia dizer com quase toda certeza que ela deveria se sair tão bem nessa tarefa como nas outras. Ela era inteligente, tratava seus empregados como membros de sua própria família, e os amigos como irmãos. Adorava trabalhar com crianças, principalmente com a arte de contar histórias, o que ele também já sabia, e por isso, tinha um vasto conhecimento do mundo literário, o que deixaria qualquer pessoa apaixonada por livros com inveja de sua cultura intelectual.

Anne with an e- All about love and hateOnde histórias criam vida. Descubra agora