Capítulo 3- Lobo Mau

170 18 6
                                    

Olá, pessoal, Terceiro capítulo de minha nova história, espero que se animem em lê-la e me deixem seus votos e comentários. Beijos.

ANNE

O barulho na sua porta, fez Anne colocar a coberta de lado resmungando e olhar para o relógio. Eram seis e meia da manhã naquela sexta-feira nublada, e ela quase cobriu a cabeça de novo e voltou a dormir. Mas o barulho continuou a incomodá-la, fazendo-a vestir suas pantufas rosa choque, e caminhar cambaleante até a porta, esfregando os olhos irritada. Ela mal a tinha aberto, e um bolinho de pelo branco passou por ela como um raio e foi se esconder no meio de sua coberta de lã.

- Morgana, saia já da minha cama e volte para sua cestinha lá na sala.- Anne disse, encarando os olhos verdes de sua gata persa de dois anos. Roy a tinha lhe dado de presente quando fizeram um ano de namoro, dizendo que a gata faria companhia a Anne em sua ausência.

E na verdade eram mesmo inseparáveis. Quando a ruivinha estava em casa, Morgana não a largava, vivia se enrolando nas pernas de Anne ou encontrando um lugar confortável no colo de sua dona quando ela estava lendo um livro ou assistindo um filme, e Anne cuidava dela e a amava como se fosse uma filha que merecesse toda sua atenção e dedicação.

O nome da gata foi escolhido por conta das histórias do Rei Arthur. Anne era fã daquele tipo de literatura, e sempre tivera uma admiração enorme pela personagem Morgana, que no livro era meia-irmã de Arthur, cujos poderes especiais lhe valeram o título de sacerdotisa, por isso, Anne quisera prestar uma homenagem a sua personagem favorita, além de acreditar que o nome tinha caído como uma luva em sua gata adorável de pele longo, amorosa e extremamente preguiçosa.

-Vamos, Morgana. Você sabe que não pode ficar aqui.- em resposta a gata miou alto, e abanou seu rabo peludo, fazendo Anne rir e dizer.- Está bem, querida. Vou servir seu leite com as rosquinhas que você adora, pois sei que é por isso que está aqui.

Colocando um roupão quente por cima de seu pijama de algodão, Anne foi até a cozinha, mas não sem antes dar uma espiada no quarto da mãe que naquela hora estava com a luz acesa. Normalmente, ela dormia até tarde por conta dos remédios contra depressão que era obrigada a tomar, e raramente se levantava cedo, mas, naquele dia excepcionalmente, Bertha parecia já estar de pé, e tal fato preocupou Anne que bateu na porta de leve e perguntou:

- Mamãe, está tudo bem? Precisa de algo?

- Não, querida. Estou bem, só não consegui dormir o suficiente essa noite.- a voz cansada de Bertha deixou Anne ainda mais preocupada que tornou a perguntar:

- Você tomou o seu remédio?

- Tomei sim, mas, tive alguns pensamentos conturbados que atrapalharam meu sono.- Pensamentos conturbados significavam que Bertha passara a noite se lembrando do falecido marido, e isso não era nada bom.

Anne admirava essa devoção de sua mãe pelo seu pai, e até a comovia de certa forma, fazendo-a se perguntar se um dia amaria tanto alguém quanto sua mãe amara seu pai, mas ao mesmo tempo, ela pensava que nunca seria capaz de se tornar tão dependente de alguém a ponto de desistir da vida por causa dessa mesma pessoa, pois se considerava independente demais para se anular assim por alguém.

- Não quer sair desse quarto e tomar café comigo?- ela perguntou esperançosa.

- Agora não, meu amor. Vou tentar dormir um pouco.

- Vou deixar seu café pronto, então, para mais tarde.

- Muito obrigada, meu amor.- Bertha respondeu, apagando a luz logo em seguida.

Anne foi para a cozinha desanimada. Sentia muita falta da companhia de sua mãe, principalmente de seus conselhos. Apesar de ter suas amigas, ela ainda era muito apegada as opiniões sábias de Bertha Cuthbert, e gostaria de poder contar a ela suas incertezas sobre seu relacionamento com Roy, mas, a mãe decidira se fechar para o mundo, inclusive para ela, e Anne às vezes se sentia profundamente ressentida com isso.

Anne with an e- All about love and hateOnde histórias criam vida. Descubra agora