Olá, pessoal. Para quem está acompanhado essa história aqui está mais um capítulo. Espero que gostem e me deixem seus comentários e votos como incentivo. Muito obrigada por tudo. Beijos.
ANNE E GILBERT
Duas semanas sem ter nenhuma notícia de Gilbert, e Anne chegou à conclusão que o rapaz tinha simplesmente se esquecido dela, mas esse pensamento não a impediu de verificar sua caixa de mensagens diariamente, ou esperar por um telefonema dele no meio do dia, ou ainda receber uma visita inesperada a sua casa junto com John Blythe que se tornara uma figura frequente em dias variados da semana quando tomava o café da tarde com Bertha, ouviam músicas antigas na vitrola que fora de seu pai, ou apenas conversavam sobre assuntos amenos e diários.
Sua mãe parecia estar aos poucos voltando a ser quem fora no passado, talvez um pouco mais arisca no que se referia a uma relação homem-mulher, mas pelo menos estava se dando a chance de voltar a rir despreocupadamente, a apreciar a companhia de outras pessoas, e descobrir diariamente que ainda havia muita vida para ela experimentar fora das paredes de seu quarto.
Para Anne que vira sua mãe murchar e se perder em sua dor do luto, era gratificante observar sua recuperação progressiva. Com uma rapidez que vinha surpreendendo a ruivinha, Bertha passara a se interessar pelos assuntos do dia a dia da filha, voltara a se arrumar com esmero, e até mesmo as refeições das quais fugia no passado, ela fazia com Anne todos os dias.
Ter sua mãe de volta à sua vida fora o melhor presente que ela ganhara naquele ano e esperava que dali em diante Bertha encontrasse muito mais motivos para sorrir e recuperar senão toda, pelo menos uma parte de sua felicidade perdida quando o pai de Anne se fora. O que a ruivinha não podia deixar de reconhecer era que John Blythe tinha uma enorme participação nessa nova fase da vida de Bertha, no seu bom humor, no novo brilho que via surgir nos olhos da mãe sempre que estavam juntos. Se eram apenas amigos ou mais do que isso, a Anne não lhe importava. Desde que sua mãe continuasse a sorrir daquela maneira, o verdadeiro motivo não era importante.
Nessas visitas frequentes de John, ela pensara em perguntar sobre Gilbert, mas seu senso de preservação e orgulho não permitiram. Se ele não se dava ao trabalho de ligar para ela pelo menos para saber sobre o seu bem-estar, Anne não perderia seu tempo correndo atrás de um homem novamente. Depois de Roy, ela aprendera bem sua lição, e nunca mais confiaria tão cegamente em alguém, ou deixaria que essa pessoa entrasse de um jeito em sua vida que lhe desse o direito de magoá-la como seu ex-noivo fizera.
Entretanto, seu coração sentia falta de Gilbert, da maneira como ele a fazia rir, a desafiava a contradizê-lo em suas opiniões pessoais, a forma como a provocava com sua beleza incontestável e até mesmo do ciúme que ele lhe causava quando a fazia imaginar com quantas mulheres ele já estivera. O real significado por trás desse ciúme era mais profundo do que Anne queria admitir, e por isso ela ainda se escondia por trás de uma atração física que já tinha evoluído para algo mais a muito tempo, a qual ela teimava em não enxergar.
Por isso naquela manhã em seu escritório quando Cole entrou, ela nem percebeu que olhava para o seu telefone pela vigésima vez desejando que ele ligasse, ao mesmo tempo em que não tinha coragem de tomar a iniciativa e discar aqueles nove números do telefone dele que a faria ouvir a voz que tanto desejava, e acabaria enfim com sua agonia interna.
- Chefinha, está tudo bem? Você não saiu dessa sala a manhã toda.- o rapaz perguntou, assim que se sentou na frente.
- Está sim. Eu estava resolvendo alguns assuntos importantes.- ela mentiu. Se confessasse a Cole que estava ansiosa pelo telefonema de Gilbert já sabia o que ia ouvir.
- Você não me falou mais sobre o site de relacionamentos. Fez alguma amizade por lá?- o rapaz perguntou, questionando-a com o olhar.
- Conheci alguém denominado Peter Pan.- Anne disse com um sorriso divertido nos lábios.
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Anne with an e- All about love and hate
FanficAnne Shirley Cuthbert vivia em seu mundo encantado na grande cidade de Nova Iorque, até que seus sonhos dourados colidiram com o cínico e Dom Juan Gilbert Blythe. Dona de uma pequena livraria no centro da cidade, patrimônio herdado de seus pais, a b...