Capítulo 26

3.5K 404 265
                                    

AMILY SANO

Mikey preferiu não contar nada a ninguém, para evitar perguntas e eu sinceramente preferi assim também, era demais para mim e eu não queria que o todos soubessem, as palavras de consolo me fariam lembrar daquele pesadelo que eu tentava ao máximo esquecer, então tudo ficou entre mim, Mikey e o Mitsuya, faz dois dias desde o ocorrido, Mikey me levou ao hospital para fazer exames mesmo que "nada" mais grave tivesse acontecendo e eu estava bem, só um pouco anêmica por não ter comido direito nos últimos dias que foram os que estava em cativeiro..

Cativeiro.. Hanma.. faz dois dias que não tenho notícias dele depois de ele ter sido baleado, não entendo como aquilo ocorreu e não entendo porquê que fui deixada naquele lugar perigoso e imundo, eu quero tanto saber sobre o Hanma mas não sei a quem perguntar, Mikey me mantém em casa e eu sinceramente prefiro ficar, pelo menos por esses dias, talvez amanhã eu saia, olho pela janela e me certifico de trancá-la mais uma vez, venho tendo pesadelos, Mikey dorme comigo mas hoje eu decidi voltar a dormir sozinha pela primeira vez após o que aconteceu naquela rua.

Mikey e Mitsuya falaram que eu fui muito forte e que estão orgulhosos de mim por eu não ter entrado em pânico, eu também estou muito orgulhosa de mim, pela primeira vez fui forte em alguma situação..

Me deitei na cama, fechando os olhos e desligando esses pensamentos sobre aquela noite, comecei a pensar em coisas boas, arco íris, coisas bonitas que me deixassem calma e relaxada até pegar no sono..

De repente estava no parque, sentada em um dos bancos.

— Oi.— meu coração da um pulo e eu sorrio vendo Hanma.

— Estava com saudades.— eu digo imediatamente pulando para seu colo e ele me abraça.

— Eu também.— sussura, sua voz rouca, mais rouca do que o habitual, mais rouca do que sua própria própria voz, como se eu não estivesse ouvindo sua voz e de repente ele me aperta muito.

— Hanma.— choramingo.— Está me apertando.— digo tentando me afastar, mas quando toco seu corpo, não sinto o corpo bonito, gostoso magro malhado, e sim um corpo cheio, entro em pânico e cada vez mais que tento me afastar, mais sou puxada.

— Me solta.— grito, incapaz de olhar a pessoa, a energia do parque muda, começa a ventar, e fica escuro, tudo a nossa volta some, não consigo "abrir" os olhos e estou lutando muito para isso, ouço o som de algo estilhaçando e grito mas sinto mãos em minha boca.

O cheiro da mão se tornando lentamente familiar mas o aperto em meu corpo é ridículo e tenho medo de se abrir os olhos ver os mesmos caras daquela maldita noite, grito por socorro mas ninguém me ouve, me debato grito bato suas costas para que ele me solte.

Amily!— ouço a voz, uma voz angelical mas não consigo ver a pessoa.— Amily?— chama mais uma vez.

— Socorro!— digo baixinho sentindo lágrimas em meus olhos.— Soco- quando sufocada consigo abrir os olhos e eles se arregalam quando vejo uma figura masculina a minha frente cobrindo minha boca, entro em desespero por alguns segundos até reconhecer, no escuro do quarto aqueles olhos num tom amarelado.

— Shhh..— Hanma diz baixinho.— Sou eu, sou eu fique calma.— ele lentamente tira a mão da minha boca e eu o analiso com as luzinhas brechas que entram no quarto.

— Hanma.— sinto minha voz embargada.

— Amily.— ele sussura meu nome tocando minha bochecha enchugando as lágrimas e antes que eu fale ele me puxa para seus braços me aconchegando no meio deles e eu o aperto feliz por ter me livre do pesadelo. Só percebi que estava tremendo quando Hanma comecoua sussurar: " shhh está tudo bem, eu estou aqui".

PECADO HANMA [ATUALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora