Capítulo 37

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SHUJI HANMA

Eu encaro Amily dormindo, sua boquinha levemente aberta enquanto ela se agarra ao meu braço, sua perna está por cima do meu colo e metade de seu corpo está praticamente em cima de mim, eu suspiro antes de me desvenciliar devagar.

Saindo de seu quarto eu fecho a porta devagar e caminho até a sala onde encontro a porcaria de seu irmão sentado com um jornal em suas mãos.

— Se eu fosse você largava essa cara de bunda.— ele diz antes de guardar o jornal e me encarar, ele se levanta.— A Amily está bem, vocês venceram, ela odeiam o Mikey e ela está apaixonada por você, ganha-ganha.— diz.

— Como pode ser tão desprezível?— ele ri sem humor.

— Fora da minha casa.— eu não espero ele falar outra vez, lanço um último olhar para ele antes de ir embora com um peso nas costas.

Eu vou direto para o bar onde sei que os garotos se encontram, eu subo as escadas em dois me encontrando na área VIP em míseros segundos.

— Ah, ora vejamos, nossa estrela chegou.— Kazutora me alcança, ele é mais baixo que eu então passa sua mão na minha cintura me puxando para onde o pessoal está.— Você foi brilhante Hanma.— diz.

— Confesso que te subestimei.— Kisaki fala.— Mas sua parceira com Izana para usar a Amily.— ele faz um Ok com os dedos.— Foi perfeita, isso atingiu o Mikey com tanto sucesso que nós vencemos.— ele comemora.

— Veja só, parabéns Shuji Hanma.— Kazutora diz, eu apenas fico lá, em pé, não me reconhecendo, não entendendo o peso das costas e a dor no peito, eu vejo Amily, seu sorriso, seus olhos brilhantes, então eu vejo suas lágrimas, seu peito arfando, ela puxando o ar com dificuldades, eu vejo ela arranhando os cabelos, eu ouço seus gritos, eu pisco.

— Vou pegar algo para beber.— digo com as maos suadas e saio dali sem esperar para ouvir eles, eles comemoram e eu sou consumido pela culpa.

Eu tiro os óculos do rosto, Mikey me deu uma boa surra, ele socou tanto meu rosto que danificou minha vista, eu poderia agradecê-lo pelos socos, mas foi só o início.

— Vodka pura.— digo para o barman que assente e coloca um copo, eu viro tudo de uma vez pedindo mais três, eu viro os três antes de passar meio minuto, eu bato o último copo no balcão com força suficiente para assustar o casal a metros de mim.

Eu suspiro, quatro copos de vodka mas a sensação ainda não saiu do meu peito, minhas costas pesam como se tivessem descarregado tijolos nelas, minha cabeça doi. O que é isso? O que é tudo isso?

Culpa.

Algo no fundo da minha mente grita e eu respiro alto, eu pisco, preciso bater em alguém, preciso tirar essa tensão do rosto, eu me viro para sair antes de deixar algumas notas no balcão e esbarro em alguém, eu preciso baixar meu olhar para ver Takemitchi me encarando com seus olhos azuis todo assustado.

— Você poderia olhar para a porra de onde anda.— empurro ele que cambaleia, aquela ruiva segura ele.

— E você deveria pegar alguém do seu tamanho idiota.— sinto alguém me empurrar, eu vejo vermelho desde o dia que Mikey me socou até meia morte, mas Draken sempre foi um problema pessoal meu, então a raiva aumenta.

— Tipo quem? Você assim?— eu peito com ele, somos praticamente da mesma altura, uma comoção se envolve no meio de nós.

— Isso, tipo eu.— ele ergue seu rosto e eu sorrio.

— Obrigado pelo convinte, visto que no dia da luta eu estava hospitalizado não tive tempo de esmurrar sua cara.— eu balançando meu punho para trás antes de o levantar para ele, ele seguro e sorri.

— Então você acha que é fácil assim?— raiva e humilhação sobe, as pessoas não tentam impedir, eles seriam loucos.

— Sim porra.— empurro ele com o ombro e o desequilibro, eu acerto seu nariz, sua cabeça cai para trás, um grito femenino rasga e pela visão periférica consigo ver aquela loira irmã do Mikey.

— Filho da puta.— Draken quase acerta meu rosto, eu chuto ele para trás e ele cambaleia antes de se equilibrar e simular um soco só para bater em meu braço, meu corpo vira e eu puxo sua nuca batendos nossas testas, ele empurra e soca minha mandíbula.

Gritos e uivos masculinos começam.

— Filho da puta!— sou jogado para outro lado por um corpo menor, eu viro vendo Mikey, minha raiva aumenta, Draken vem até mim mas é barrado por Kazutora, ele o soca todo sorrisos e começa uma guerra, eu levanto em um pulo e soco Mikey.

Não tive tempo de me defender daquela vez, porra, não podia, eu chuto ele que revida, eu agarro sua perna e viro, ele xinga pulando em um pé antes de empurrar pra frente, nós caímos e eu aproveito meu tamanho para pairar e soco a porcaria do seu rosto.

A adrenalina corre em minhas veias, a sede de sangue e vingança floresce, eu sinto uma pancada na nuca e caio para frente, levanto meu olhar e vejo Baji.

— Porra de qual lado você está.— eu soco Mikey que finge desmaio e levanto para Baji.

— Você acha que poderia foder a Amily e ficar impune?— eu rio.

— Então isto é pessoal?— eu me aproximo tento plena noção de Mikey se levantando.— Então toma essa porra por fazer ela chorar mais de mil vezes seu babaca.— eu soco o nariz de Baji, Mikey pega minha mão e me vira, eu rolo e acotovelo ele, chuto Baji aproveitando minhas pernas longas, ele voa e bate com Takemitchi que praticamente chora, Emma e Hina gritam para pararmos mas isto não estará acontecendo, nem hoje nem tão cedo.

Pois, tão cedo porque sirenes soam.

— Porra política!— Kazutora grita, Mikey assim como eu nos soltamos, a polícia invade o espaço e é salve-se quem puder, eu corro dando soco em um deles e saio pela porta subindo na minha moto e correndo para longe, eu ouço sirenes me seguindo.

— Porra, uma hora dessas?— eu pego meu celular e ligo para Ren me encontrar em breve, eu desvio a moto por uma trilha deserta e largo ela lá antes de correr e sair por outro caminho, Ren está lá com um Jeep SUV. eu pulo no banco e ela corre para minha casa.

Eu caio exausto na cama e fecho meus olhos, meus óculos cairam em algum momento na luta, estou ciente do sangue no meu corpo e machucados, mas nada disso importa agora, nada disso é tão importante quanto Amily, quanto a tudo, quanto a tudo que pode vir acontecer.

Eu respiro alto.

Que porra eu vou fazer?

Como eu vou dizer para a Amily que seu irmão me pediu para fazer ela se apaixonar por mim para que brigasse com o Mikey assim a Valhalla ganharia e pegaria a Toman? Como vou explicar oara Amily que coloquei a ambições da gangue antes dos sentimentos dela?

Como porra vou viver sabendo que ela ficará triste com essa notícia? Céus, seu irmão porra, seu irmão colocou o ódio dele pelo Mikey acima dos sentimentos dela, porra.

Eu inalo forte então meus dedos cavam no meu coro cabeludo.

Eu deveria ter deixado Mikey me matar, as coisas seriam tão mais fáceis.

CONTINUA...

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PECADO HANMA [ATUALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora