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LOS ANGELES
JULLY HOLDER

Estamos na enfermaria da escola. Tivemos que dizer que ele foi assaltado na porta da escola. A enfermeira tá terminando de limpar os cortes do rosto dele.

-Ei, você pode ficar passando o saco de gelo no abdômen dele? Parece que teve uma briga no refeitório, tem gente precisando lá.-Pergunta a enfermeira.

-Acho que posso.

-Ok, você passa em todos os roxos que tiverem no abdômen. E você garoto, segura um saco de gelo do seu olho. Fique aqui uma hora no mínimo, até o remédio de dor fazer efeito.-Ela diz e sai me deixando sozinha com ele.

Peguei o saco de gelo e cheguei perto da maca que ele estava.

-Posso?-Pergunto me referindo a levantar a sua blusa.

-Não precisa fazer isso. Você já me ajudou bastante.

-Eu quero te ajudar.

-Ok.-Ele diz e eu levanto a blusa dele. Sem comentários, não posso babar agora.

Começo a passar o gelo por todo o seu abdômen e começo a reparar as tatuagens que ele tem por lá. Enquanto ele tá com o saco de gelo em seu olho.

-Você é nova aqui?-Ele pergunta.

-Sim e pelo visto já vou levar falta. Meu pai vai me matar.-Digo dando um riso nervoso.

-Calma, eu vou na direção e digo que você estava me ajudando.

-Obrigado.

-Por que está tão nervosa?

-Não sei, eu nem sei de onde saiu tanta coragem para fazer aquilo. Só estou em choque até agora.

-Não deveria fazer isso por estranhos. Você nem sabe se estou certo ou errado.-Ele diz e sorri pra mim.

-Eu sei disso, mas apenas quis fazer. Minhas pernas e minha voz foram sozinhas.

-Você tem quantos anos?-Que garoto curioso.

-Por que tantas perguntas?

-Não sei. Eu juro que não sou assim.-Ele diz.

-Ou você está querendo saber mais sobre a pessoa que te ajudou? Ninguém nunca te ajudou antes?

-Ok, você acertou. Eu não costumo pedir ajuda as pessoas. Ninguém tem muito interesse em me ajudar.

-Você parece aquele tipo de pessoa que tem vários amigos em volta.

-Colegas? Sim. Amigos, não. Meus amigos são minha família e tenho apenas o meu melhor amigo.

-Parece que temos algo em comum. Meus amigos também são a minha família e apenas meu melhor amigo. E minha família acha que eu vou casar com ele, é o sonho deles na verdade.

-Ainda bem que minha família não pensa isso do meu melhor amigo.-Ele diz fazendo nós dois rirmos.-Como se sente em relação a sua família?

-Sinto que eles não sabem quando uma criança cresce.

-Na minha já é ao contrário. Meus pais nunca me trataram como criança.

-É,podem ir. E eu já justifiquei na direção a falta dos dois.-A enfermeira diz entrando na sala.

-Obrigado. Até a próxima.-Diz o garoto e saímos juntos da sala.

-Tá louco? Espero que não tenha próxima.-Digo e ele ri.

-Eu também espero. Mas é inevitável.

Começamos a andar pelo corredor.

-A onde você vai?-Ele pergunta.

-Vou no meu armário pegar a minha mochila e depois procurar meu amigo no estacionamento e ir embora.

-Nem tinha visto o horário. Então, obrigado por isso. Assim que eu puder eu te pago.

-Relaxa. Eu não vou ficar te ameaçando nem te matar, matar quem sabe.-Digo e ele sorri, que sorriso mais lindo.

Paramos em frente ao meu armário e pego minha mochila.

-Então tchau.-Digo e viro para ir embora, mas ele puxa meu braço.

-Qual o seu nome?

-Jully.-Digo e ele solta o meu braço e sorri para mim.

-JULLY.Finalmente te encontrei.-Grita Nick.-Vamos logo se não seu pai me mata.- Ele diz e fica me esperando.

-Tchau Jully.-O garoto diz.

-Tchau...

-Quinton.-Quando ele fala o nome dele eu solto um sorriso. Como esse sorriso foi parar ai.

-Tchau Quinton.-Digo e Nick me puxa pela mão e vamos para o estacionamento.

Quando chegamos no estacionamento entramos no carro e vamos para casa.

-Pode começar a explicar. Eu fiquei sozinho esse tempo todo. Um garoto chamado Ryland não parou de encher a porra do meu saco.

-Desculpa.-Então conto toda a história para ele.

-Meu Deus. E você sabe o que ele estava devendo?-Nick pergunta.

-Não sei. Drogas? Dinheiro emprestado? Traficantes? Eu não sei.

-Então você ajudou sem nem saber???

-Sim. Eu não sei porque eu fiz isso ok?

-Se o seu pai ficar sabendo...

-Ele não vai saber. O dinheiro eu ganhei da minha vó. Ninguém vai ficar sabendo.

LOS ANGELES
QUINTON HOSSLER.

Estava indo em direção a minha casa. Já me preparando psicologicamente para a entrevista que eu vou ter que dá por aparecer com o rosto assim.

-Jully.

Lembrei da garota e soltei um sorriso bobo. Senti algo estranho quando ela me falou o nome dela.

Até que cheguei em casa. Entro e minha família já estava toda na sala. Tento subir a escada de fininho, mas isso nunca dá certo.

-Quinton. Como foi na escola?-Pergunta meu pai. Eu ainda estava de costas para ele. Quando viro ele arregala os olhos, minha mãe,Cooper e tio Chase fazem o mesmo.-O QUE FOI ISSO?

-Eu fui assaltado na porta da escola.-Digo

-Meu Deus filho e está tudo bem?-Pergunta minha mãe e vem rapidamente me abraçar.

-Está sim. Eles me bateram, mas uma pessoa me ajudou.

-Venha se sente aqui no sofá com a gente.-Diz meu pai e eu faço o que ele mandou.

-Oi família.-Digo e faço um toque com o Tio Chase e o Cooper.

Tio Chase é o melhor amigo do meu pai. O único na verdade e Cooper é o filho dele, meu melhor amigo.

Eles começam a fofocar, mas eu não tava participando da conversa, pois comecei a pensar na Jully.

Ela é muito linda, o sorriso dela é incrível.

-Pai, olha, Quinton tá sorrindo igual bobo.-Escuto Cooper falar.

-Posso saber o motivo desse sorriso bobo?-Pergunta minha mãe dando um sorriso.

-Lembrei da pessoa que me ajudou hoje.-Digo e percebo a besteira que havia falado.

-HMMMMMM.-Eles dizem todos juntos dando um sorriso malicioso.

-Acho melhor eu subir né.-Digo me levantando.

-Como é o nome da garota?-Pergunta tio Chase.

-Como sabe que é uma garota?

-O seu sorriso não engana querido.-Diz meu pai.

-Eu acho melhor eu subir. Vem Cooper.

Continua...

🤘🖤

NEVER-Quinton GriggsOnde histórias criam vida. Descubra agora