CAPÍTULO QUATRO

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Mew se mexeu na cadeira, desconfortável. Agora que sabia o que Gulf estava procurando, sentia-se ainda mais cauteloso do que de costume. Não havia a menor possibilidade de se envolver com um virgem que queria descobrir o sexo.

- Exatamente de que tipo de “ajuda" estamos falando? - Perguntou Mew determinado a manter o olhar fixo no do Gulf. Apesar dos olhos âmbar, como os de Bambi, serem suaves e tentadores.

Gulf sorriu e o som pareceu preencher a cozinha silenciosa e cair sobre ele como promessa.

- Por Buda, Mew relaxe. - Gulf ergueu a xícara e tomou um longo gole do seu café perfumado. - Você parece um homem que está prestes a encarar um pelotão de fuzilamento.

- Não pareço não. - Mew sempre foi bom em esconder as suas próprias emoções.

- Está certo. - Gulf balançou a cabeça.

Gulf começa a falar de novo.

- Não quero que você se responsabilize pessoalmente pela tarefa. - Na verdade, Gulf não parecia nada satisfeito com essa possibilidade.

- Bem. - Falou Mew com a forte impressão de que foi insultado. - Isso é bom.

Gulf levantou-se da mesa. Foi até um pote e encheu um prato com mais de uma dúzia de cookies frescos. Ele levou para mesa e acomodou-se novamente em frente ao Mew e pegou um dos cookies.

Mew relanceou o olhar para o prato. Gotas de chocolate, manteiga de amendoim, açúcar e canela.

- Quero dizer, todos na cidade sabem que você não se interessa muito por ninguém.

Mew congelou na posição em que estava, estarrecido.

- Como?

Gulf riu de novo.

- Desculpe. Eu formulei mal a frase. Quis dizer que você não está interessado em compromisso. Afinal, desde que Vichy foi embora você praticamente tatuou “mantenha distância” na testa.

Mew sentiu-se gelado por dentro. E precisou de cada gota de seu autocontrole para não transformar o cookie que segurava em um monte de migalhas. Não ia entrar em uma discussão sobre sua ex com ninguém. E, aparentemente, Gulf percebeu isso claramente em sua expressão.

- Ops. - Gulf disfarçou o embaraço dando um outro gole no café. Então ainda segurando a xicara nas mãos, ergueu o olhar para Mew fez uma careta e disse. - Desculpe por ter dito isso.

- Sem problemas.

- E o que estou vendo... Escute, eu não tinha a intenção de mencionar o nome que começa com “V".

Mew se obrigou a relaxar as mãos e a soltar os músculos do corpo. Obrigou-se a disfarçar a expressão, aparentemente transparente, em seu rosto substituído por outra mais serena possível.

- Eu já lhe disse. Sem problemas. Vicky ficou no passado.

BEIJE - ME AGORA!Onde histórias criam vida. Descubra agora