Victor voice's:
Quando cheguei da escola tomei um banho, me joguei no sofá e nunca mais sai, confesso que era bom ficar em casa sem ter que ficar de tempos em tempos indo ao quarto da minha irmã pra ter certeza que ela estava viva.Talvez eu tenha perdido a noção do tempo, quando dei por mim escutei a porta sendo batida com certa força.
-Cheegueii! Bárbara disse passando tão rápido pela sala que eu nem tive tempo de dizer algo.
Tentei me concentrar no filme, mas óbvio que eu não conseguiria.
Me levantei e fui em direção ao quarto dela, mexi na maçaneta e vi que estava trancada.
-Ei Bá abre aqui.. Falei mas não tive resposta, insisti. -Bárbaraaa!!
Vejo a porta ser aberta, ela caminha se jogando na cama. -O que você quer?
-Sem portas trancadas lembra? Falo me aproximando dela. -Combinamos isso!
-Regra sua, não sou obrigada a seguir. Sua voz sai abafada por estar com o rosto enfiado no travesseiro.
-Obrigada você não é mesmo, mas...
-Mais nada, diz o que tu quer e sai daqui.. Ela se vira em minha direção.
-Sei lá. Dou de ombros. -Foi tudo bem lá? Com a Carol sabe?
-Uhum, satisfeito? Agora me deixa sozinha. Ela diz voltando a enterrar o rosto no travesseiro.
-Cê quem manda, só não tranca a porta por favor. Digo me levantando! -Te amo tampinha!
Não tive resposta, o que me fez ficar ainda mais preocupado, quando ela não retribuí o "te amo", ela rebate o " tampinha" com algum apelido que eu não gosto, mas o silêncio só acontece em dias em que ela está pior do que o normal.
Fiz o que ela pediu, fui pra sala, peguei meu celular pois precisava descobrir se tinha acontecido algo.
Mensagem on:
Eu: Carol o que aconteceu??
Eu: Carolinaa???
Eu: Aconteceu alguma coisa???
Carol: Nossa que desespero, como assim aconteceu alguma coisa?
Eu: Babi chegou estranha..
Carol: Ela é sempre estranha, qual a novidade.
Eu: Respeito é sempre bom viu, mas sério ela tá diferente.
Carol: Diferente como?
Eu: Sei lá..
Carol: Ué, você sendo irmão não sabe, como eu poderia saber de alguma coisa?
Eu: Vocês estavam juntas, talvez tenha acontecido algo que tenha chateado ela ou sei lá.
Carol: Só tomamos sorvete e conversamos um pouco, te garanto que nada demais aconteceu.
Eu: Certo, espero que não tenha acontecido mesmo.
Carol: Tenho que colocar alguns limites no nosso trato, não quero ter que sair com ela por ai e muito menos ficar recebendo mensagens suas, me interrongando sobre as bads da SUA irmã, tenho mais o que fazer Victor..
Li a mensagem da Carol e confesso que fiquei chateado, mas...
Eu: Ok..
Mensagem onff...
Larguei o celular de lado, tirei o filme do pause e resolvi ignorar minha irmã, não totalmente, óbvio que iria no quarto algumas vezes, isso é meio que automático, nosso pai não cobra muito de mim, ele não sabe como lidar com a situação da Bárbara, a única coisa que ele me pede é "mantenha ela viva até eu chegar", sempre me diz isso, sei que a Bárbara não vê isso, mas ele a ama, mas não a julgo é difícil pra ele olhar o estado que ela anda, é dificil pra mim também. Dói. Nosso pai trabalha quase que o tempo todo, então eu meio assumi esse cuidado com ela.
Não é fácil viver de uma forma leve sabendo que tenho uma irmã que a qualquer oportunidade tenta tirar a própria vida.
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I Kissed a Girl
Fanfiction-Odeio clichês... Dou de ombros. -A vida é feita de vários. Ela sorri tímida. -Que saco.. Reviro os olhos. -Viveria alguns contigo de boa. Ela morde o lábio inferior. -Então bora! Digo com um sorrisinho de lado.